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OIM capacita equipes do SUAS para atendimento a indígenas venezuelanos no RJ

Treinamento teve como objetivo fortalecer o trabalho de assistentes sociais e profissionais de psicologia em Nova Iguaçu

Rio de Janeiro - Com capacitação sobre atendimento a migrantes indígenas realizada pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), equipes dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e dos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Nova Iguaçu, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, aprimoram qualificação do serviço.

Em 2020, um grupo de 23 indígenas venezuelanos da etnia Warao estabeleceu-se na cidade de Japeri, também localizada na Região Metropolitana do Rio. Para coordenar o atendimento aos indígenas, foi criado um grupo de trabalho, composto por gestores públicos das áreas de assistência social, saúde e direitos humanos, defensores públicos, organizações da sociedade civil, como a Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro, e agências da ONU, como a OIM e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

No âmbito dessa articulação, o município vizinho de Nova Iguaçu uniu-se aos esforços realizados pela prefeitura de Japeri para apoiar os recém-chegados e passou a oferecer atendimento pelo sistema público de assistência social.

Desde então, os indígenas receberam orientações para a obtenção do auxílio emergencial e para a regularização de documentos, ganharam oportunidades de capacitação e foram encaminhados ao serviço público de saúde. O treinamento realizado pela OIM teve o objetivo de fornecer informações que pudessem fortalecer o bom trabalho que assistentes sociais e profissionais de psicologia já vinham realizando.

"Foi de extrema importância a presença da OIM em nosso município", agradeceu a Secretária de Assistência Social de Nova Iguaçu, Elaine Medeiros. "As equipes dos CRAS e CREAS foram capacitadas para o atendimento ao povo Warao, em um dia muito produtivo e enriquecedor. A presença da OIM nesse processo de atendimento desde o início foi fundamental para nós."

Partindo de um quadro geral da migração indígena na América Latina para chegar ao caso dos venezuelanos, particularmente dos Warao, a coordenadora de projeto da OIM e antropóloga Yssyssay Rodrigues explicou como a migração forçada afeta essa população de forma diferenciada. Foram apresentadas as estruturas de coordenação de resposta a esse deslocamento, os direitos dos indígenas migrantes previstos nas legislações internacional e nacional, bem como as recomendações para o atendimento e a integração dessas pessoas.

"A oficina em Nova Iguaçu possibilitou o contato com um trabalho em rede articulado e profissionais motivados, com envolvimento da gestão, o que aponta para as melhores condições de sucesso na tratativa da questão migratória indígena da Venezuela para o Brasil, com a qual a OIM segue à disposição para contribuir", elogiou Yssyssay Rodrigues.

A OIM vem apoiando governos locais, sociedade civil e instituições relacionadas em todo o Brasil no fortalecimento das capacidades de resposta à migração indígena da Venezuela. Esse trabalho proporciona a troca de experiência e lições aprendidas entre diferentes territórios brasileiros pelos quais esses grupos vêm passando desde 2016 e promove a consolidação e o aprimoramento do trabalho em rede entre diferentes atores da gestão e da linha de frente da interlocução com essas populações.

Entre as próximas ações planejadas pela prefeitura de Nova Iguaçu, com o apoio do grupo de trabalho, estão a articulação com o banco de vagas de trabalho do município e a oferta de um espaço para que as famílias possam morar juntas e em condições adequadas às suas tradições.

A OIM planeja incluir os indígenas nas iniciativas de integração econômica do Projeto Oportunidades – Integração no Brasil, iniciativa desenvolvida pela OIM com financiamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), para apoiar a geração de renda e ampliar a autonomia do grupo.