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Com suporte da OIM, centros de apoio à integração socioeconômica de venezuelanos são inaugurados em Pacaraima

Pacaraima – O município de Pacaraima, localizado ao norte de Roraima e na fronteira com a Venezuela, recebeu dois centros de referência para promoção da integração socioeconômica de refugiados e migrantes venezuelanos que estão na região. Entregues em abril, os espaços contaram apoio da OIM, Agência da ONU para as Migrações, para a sua reforma e equipamento.

Na zona urbana de Pacaraima, o Centro Costurando Sonhos acolhe mães de família que residem em ocupações espontâneas com oficinas de costura que produzem uniformes escolares para os filhos matriculados nas redes de ensino. Dessa forma, além das roupas produzidas, o aprendizado técnico também fornece a possibilidade futura de geração de renda e a valorização da autoestima.

Para Maria, venezuelana residente em uma das ocupações espontâneas do munícipio, o Centro Costurando Sonhos possibilitará novos caminhos. “Isso representa algo muito importante porque muitas mães, como eu, que estão vivendo no Brasil, não possuem emprego fixo. Isso nos ajudará a crescer, fazendo roupas para nossos filhos e para quem precisa. Para o futuro, queremos crescer ainda mais”, disse.

No local, a OIM apoiou a Prefeitura de Pacaraima com doações de equipamentos e materiais essenciais para o trabalho manual, como linhas e agulhas. Segundo a secretária de assistência social, Antônia Ferreira de Sousa, a oficina permite ainda suporte à saúde mental. “É um sonho realizado que beneficia tanto o financeiro delas, quanto o empoderamento da mulher. Isso faz muito bem para a mente, pois irão prover para a casa delas e para a comunidade”, complementou.

Já na comunidade indígena Sorocaima I, cerca de 30 minutos de distância da sede municipal, na Região Terra Indígena Alto São Marcos, o Centro de Atendimento ao Migrante foi organizado pela própria comunidade que será atendida pela Associação dos Povos Indígenas Taurepang. Ali,  o espaço terá como foco ações informativas e em alguns serviços, auxiliando os moradores com a regularização migratória, por exemplo.

 Com o fluxo venezuelano, comunidades brasileiras da região receberam refugiados e migrantes da mesma etnia por se tratar do povo com mesmo laço ancestral familiar. Em Sorocaima I, a OIM já desenvolveu diversas ações de atenção direta e integração econômica e, para o Centro, ajudou com materiais para reforma do prédio, mobília e equipamentos de informática.

De acordo com o tuxaua (líder indígena) Sandoval Flores, a articulação conjunta entre a organização e a comunidade é de extrema importância para beneficiar os moradores. “O Centro é um avanço para a comunidade. Ele irá atender quem precisa, apoiando com as necessidades que a população tiver”, frisou.

“Apoiando esses centros estamos construindo pontes entre diferentes culturas e fortalecendo os laços de solidariedade e compreensão mútua, essenciais para enfrentar os inúmeros desafios de inclusão da população migrante. Isso possibilita que as pessoas se tornem agentes de mudança em suas próprias vidas e comunidades, promovendo a dignidade e a autonomia”, relatou a coordenadora de escritório da OIM em Pacaraima, Rosângela Alves.

O apoio da OIM foi realizado no âmbito do projeto Somos Parte que conta com o financiamento da Agência Sueca de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (SIDA).