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Semana de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas tem ações de conscientização no Amazonas

Manaus – Organizada em conjunto pelo Governo do Amazonas, Prefeitura de Manaus, Organização Internacional para as Migrações (OIM), entidades da sociedade civil e demais parceiros, a Semana de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, realizada do dia 22 a 30 de julho, foi marcada por uma série de atividades na capital manauara. As ações reforçam o Dia Mundial e Nacional contra o crime, fixado em 30 de julho.

O intuito foi sensibilizar a população em geral sobre o tema, e em especial os mais vulneráveis, incluindo refugiados e migrantes venezuelanos. “Pensamos nessa proposta como uma forma de ampliar o conhecimento e para que as pessoas que recebessem as informações pudessem em seguida agir como multiplicadoras”, comentou a assistente de projetos da OIM Dina Carmona.

Com abertura realizada na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional Amazonas, a semana foi iniciada com um debate entre diferentes organizações sobre a importância da disseminação da informação para prevenção do tráfico humano e o incentivo da realização de denúncia em casos suspeitos.

Ao longo dos dias, foram realizadas sessões de cinema no espaço cultural Casarão de Ideias, com apresentação do filme “'Bolishopping” para os beneficiários venezuelanos dos abrigos Coroado e Oasis 1. A produção retrata situações de trabalho análogo ao escravo em uma indústria têxtil, e visa alertar e conscientizar os telespectadores. Em sessão especial aberta ao público, o longa também foi exibido no Consulado Geral da Colômbia.

De acordo com o cônsul Luís Garcia Rojas, a parceria com as organizações amplia o enfrentamento ao tráfico de pessoas. "É também papel do consulado colombiano apoiar e incentivar ações como essa, para conscientizar e, de fato, combater esse crime que afeta, principalmente, aqueles em situação de vulnerabilidade", afirmou.

A OIM também esteve presente em Iranduba, município a 21km de distância de Manaus, realizando uma sessão informativa sobre a temática da semana para beneficiários do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). Durante a atividade, foram passadas orientações sobre os mecanismos de denúncia e realizado um mapeamento para monitoramento e desenvolvimento de novas atividades para o público da região.

“É importante que as pessoas saibam que a mercantilização do corpo é usada para vários fins e isso é alarmante, pois esse crime é algo silencioso e até invisível para muitas pessoas. Precisamos trazer à tona essa triste realidade para conscientizar e alertar sobre os meios de denúncia para combater o tráfico de pessoas”, comenta a coordenadora da Rede Um Grito Pela Vida (núcleo Amazonas), Rose Bertoldo.

Encerrando a semana, o Teatro Amazonas recebeu uma iluminação em tom azul, cor da campanha Coração Azul, promovida pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Em seguida, no Palácio da Justiça, atores realizaram uma performance teatral, aberta ao público.

“O propósito dessa campanha é chamar atenção da sociedade para que as pessoas denunciem os atos ilícitos e não se calem. Nossas atividades chamam a atenção sobre as características do tráfico de pessoas, para que seja um alarme e que elas não sejam seduzidas pelas propostas muitas vezes sedutoras que surgem e, principalmente, para que elas possam ajudar com denúncias”, declarou a subsecretária de Políticas Afirmativas para as Mulheres e Direitos Humanos da Semasc, Graça Prola.

Atividade educativas no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, Rodoviária de Manaus e Posto de Interiorização e Triagem (Pitrig), foram ainda realizadas com objetivo de conscientizar passageiros e refugiados e migrantes venezuelanos.

No Brasil, em caso de suspeita de tráfico de pessoas, o disque 100 e o ligue 180 recebem denúncias e possuem atendimento em português e espanhol.

As atividades de mobilização social tiveram a atuação da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, da Secretaria Municipal Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) e da Rede Um Grito Pela Vida.

As ações da OIM foram realizadas com o apoio financeiro do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM), do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.