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Plataforma R4V parabeniza Operação Acolhida por mutirão de vacinação contra a COVID-19 entre refugiados e migrantes venezuelanos

Ação beneficiará população abrigada em Boa Vista, a partir de 18 anos de idade. Mulheres grávidas e lactantes também serão imunizadas

 

 

Boa Vista – A Plataforma R4V – Resposta para Venezuelanos e Venezuelanas, composta por 55 organizações da sociedade civil e da ONU – parabeniza a inciativa da Operação Acolhida, resposta humanitária do Governo Federal ao fluxo de refugiados e migrantes da Venezuela para o Brasil, em reforçar a imunização contra o novo coronavírus junto a esta população abrigada em Boa Vista.

Com o apoio da prefeitura da capital de Roraima, a Força-Tarefa Logística Humanitária iniciou nesta semana um mutirão para vacinação desta população na última segunda-feira (2), por meio do Núcleo de Saúde da Acolhida (NSA). A ação, que segue o Plano de Operacionalização de Vacinação do Ministério da Saúde, teve uma média diária de 300 atendimentos. Ao fim da atividade, estima-se que cerca de 2.500 pessoas abrigadas serão vacinadas em Boa Vista.

“Elogiamos o Sistema Único de Saúde do Brasil, que inclui pessoas refugiadas e migrantes na resposta à pandemia do novo coronavírus, em pé de igualdade com brasileiros e brasileiras. Assim, garantiremos que todas as pessoas estejam seguras. Este é um exemplo de liderança e solidariedade com quem precisa de proteção e assistência”, afirmam o representante do ACNUR no Brasil, Jose Egas, e o chefe de missão da OIM no Brasil, Stéphane Rostiaux. Ambas as agências co-lideram a Plataforma R4V.

Para aplicação da vacina, a Operação Acolhida está disponibilizando um ônibus para transportar os beneficiários em grupos com poucas pessoas, evitando aglomerações e adotando medidas de segurança contra o novo coronavírus. Com aplicação, será possível a vacinação de adultos a partir de 18 anos, grávidas e lactantes.

Durante a vacinação, Maria Alejandro até fez careta achando que a picada da vacina doeria, mas como ela mesmo diz “até que não doeu, mas a gente se prepara para a dor".

Maria, junto com o esposo Alvaro Alejando e o filho, está há sete meses acolhida no abrigo Rondon 1 e se sente mais segura após tomar a primeira dose da vacina contra a COVID-19. “Estamos mais tranquilos agora, mesmo ainda amamentando, fui vacinada e aguardo a segunda dose com alegria”, relata.

A vacinação de refugiados e migrantes venezuelanos em Boa Vista já acontece desde fevereiro, quando foi iniciada a campanha local, conforme o Plano de Operacionalização da Vacinação do Ministério da Saúde. Ações coordenadas pela Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA), agências da ONU e organizações parcerias da sociedade civil integrantes da plataforma R4V facilitaram o acesso à imunização da população idosa acima de 65 anos, seguindo o calendário nacional de imunização.

Guillermo Antonio, de 81 anos, residente do abrigo Rondon 3, foi o primeiro venezuelano abrigado em Roraima a ser vacinado por meio da Operação Acolhida, em fevereiro. “Me sinto bem em receber a vacina, e já estou pronto para a segunda dose!”, diz o senhor que chegou no Brasil em setembro de 2020.

Indígenas que residem nos abrigos Jardim Floresta, Pintolândia, Tancredo Neves e Nova Canaã também já receberam a primeira dose da imunização contra o vírus com apoio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesau). Aproximadamente 480 pessoas desta população foram vacinadas desde o mês de junho.

Além da população abrigada em Boa Vista, o Governo Federal, de estados e municípios têm assegurado a vacinação de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela – assim como de outras nacionalidades – em diferentes cidades do país, sem qualquer discriminação. “Isso é o que deve ser feito se queremos que todas as pessoas estejam seguras,” afirmam os representantes do ACNUR e da OIM no país.

“A Operação Acolhida é um exemplo, a nível mundial, de como podemos fazer para que as pessoas refugiadas e migrantes tenham as melhores possibilidades de produzir na sociedade. E incluir a vacinação contra COVID-19 nesse processo é fundamental, porque a vacinação é um bem público e nós só vamos estar seguros quando todos no mundo, independentemente de suas origens, estiverem protegidos com a vacinação e todas as medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras e higienização frequente das mãos”, ressalta a representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Socorro Gross.