Genebra/Berlim - Até 2,8 bilhões de pessoas podem ser expostas a ondas de calor até 2090 em um cenário de aquecimento elevado, mais que o dobro do que em um cenário de aquecimento baixo, de acordo com nova análise feita pelo Instituto Global de Dados (GDI, na sigla em inglês) da OIM, Agência da ONU para as Migrações. Embora a habilidade de prever os efeitos da mudança do clima nas populações em movimento em todo o mundo permaneça limitada, projeções mostram que quase metade das pessoas potencialmente afetadas por ondas de calor (até 1,3 bilhão) viverá no Sul da Ásia, região onde houve 59,7 milhões de deslocamentos relacionados ao clima na última década, de acordo com o Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno.   

Os cenários de aquecimento lento e elevado representam diferentes trajetórias futuras em relação às concentrações de gases de efeito estufa, levando a um aumento na temperatura global de provavelmente abaixo de 2ºC e de 3-4ºC até 2100, respectivamente.  

O GDI examina a relação entre os riscos climáticos, densidade populacional e vulnerabilidade socioeconômica de comunidades em todo o mundo. Essas variáveis mostram o nível de exposição humana aos riscos climáticos no novo painel sobre Impactos da Mobilidade Climática, uma ferramenta interativa, de livre acesso, lançada hoje, terça-feira, no Portal de Dados Migratórios. 

“Na última década, mais de 200 milhões de pessoas foram deslocadas por enchentes, tempestades e incêndios florestais,” afirmou a diretora do GDI da OIM, Koko Warner. “Entender como a mudança do clima vai afetar quando e onde esses impactos vão acontecer é crucial para fornecer ações e soluções antecipadas”. 

À medida em que 2023 marca novamente o ano mais quente já registrado, os impactos da mudança do clima estão cada vez mais visíveis em comunidades desde o Chifre da África até as Ilhas do Pacífico. 

A nova ferramenta identifica locais onde exposição a riscos, alta densidade populacional e vulnerabilidade econômica são projetadas para coincidir no futuro. Esses dados fornecem insumos detalhados sobre onde priorizar medidas de suporte proativas e prospectivas para comunidades que estão sob risco de deslocamentos relacionados ao clima. 

Além das ondas de calor, outros riscos enfrentados pelas pessoas incluem enchentes de rios, secas, quebras de safra, incêndios florestais e ciclones tropicais. O painel mostra que, até 2090, a projeção é de que o aquecimento global causará a exposição de 39 milhões de pessoas a enchentes de rios em um cenário de aquecimento elevado, sendo a África Subsaariana a região mais afetada. 

Riscos climáticos já são um grande impulsionador da mobilidade humana em todo o mundo. Espera-se que a mudança do clima irá aumentar sua severidade e frequência em muitas partes do mundo. Embora haja um entendimento cada vez mais preciso sobre onde e quando os riscos climáticos irão acontecer, e quantas pessoas serão expostas a eles, ainda há pouco conhecimento sobre como a mobilidade humana irá responder a esses riscos, conforme mostrado no estudo recente sobre as várias projeções disponíveis.  

“Ainda não há consenso sobre como a mobilidade humana global irá responder aos impactos da mudança do clima,” afirmou o analista de pesquisa e dados do GDI da OIM, Robert Beyer. “Entretanto, à medida que os dados e os modelos vão melhorando, esse consenso está cada vez mais ao alcance. Isso é crucial para informar ações concretas no terreno que minimizem os impactos adversos da mudança do clima na mobilidade humana.” 

Para acessar o Painel sobre Impactos da Mobilidade Climática, clique aqui.  

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Para mais informações, entre em contato com: 

Jorge Galindo, OIM GDI, E-mail: jgalindo@iom.int, Tel: +49 152 262 16775