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Para identificar violência baseada em gênero, OIM realiza pesquisa com refugiadas e migrantes venezuelanas

Boa Vista – A OIM, a Agência das Nações Unidas para as Migrações, inicia este mês entrevistas para monitoramento em tempo real dos ricos associados ao gênero para meninas e mulheres refugiadas e migrantes venezuelanas. O estudo é realizado em parceria com a Universidade do Queens, do Canadá e, além do Brasil, também será conduzido no Equador e Peru. No território brasileiro, a pesquisa ocorrerá na Região Norte, nas cidades de Boa Vista, Pacaraima e Manaus.

Com intuito de melhorar a segurança, dignidade e bem-estar, incluindo saúde sexual e reprodutiva, daquelas que deixaram a Venezuela, o estudo visa identificar os riscos enfrentados por meninas e mulheres e como eles ocorrem, visando melhorar as estratégias de prevenção à violência.

O levantamento de dados será feito simultaneamente nos três países durante o período de dez semanas com o uso do aplicativo SenseMaking, da Spryng.io. A estimativa é alcançar 3.500 refugiadas e migrantes para coletar experiências. Antes do início da pesquisa, as equipes de entrevistadores realizaram um treinamento de três dias para preparar a abordagem das perguntas e manejo das situações que possam aparecer em campo.

Para a identificação dos pontos sensíveis de gênero, as participantes serão solicitadas a compartilhar, de forma anônima, a experiência de ser uma mulher refugiada ou migrante venezuelana. A ferramenta possibilita que a entrevistada analise os eventos através de uma série de perguntas pré-definidas. Esses dados serão quantificados pelo programa para gerar perspectivas abrangentes sobre as diferentes temáticas.

O estudo permite respostas de qualquer pessoa refugiada ou migrante maior de 14 anos, possibilitando também entrevistas com homens e meninos que queiram relatar histórias de migração de mulheres, que são o foco do projeto.

De acordo com a coordenadora de Proteção da OIM, Giulia Camporez, o estudo permitirá a identificação das causas específicas da violência baseada em gênero, possibilitando a melhora na resposta humanitária.

“Com esta pesquisa, identificaremos de forma segura e confidencial tendências e histórias de violência baseada no gênero que poderiam passar despercebidas, sem expor as vítimas a mais traumas.  Através do uso do aplicativo, esperamos entender melhor as experiências, perspectivas das sobreviventes e barreiras à assistência, tais como acesso à justiça, sistema de saúde e apoio psicossocial, das refugiadas e migrantes venezuelanas”, informa Camporez.

A pesquisa leva de 10 a 20 minutos e visa alcançar mulheres de diversas idades, etnias, tipos de residência, entre outros quesitos. Depois da coleta dos dados, o estudo irá determinar quais são os serviços mais necessários para as refugiadas e migrantes e onde eles podem estar mais acessíveis dentro do contexto migratório.

O estudo para o monitoramento conta com o apoio financeiro do Fundo de Inovação Humanitária da Elrha.