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OIM realiza workshop para discutir combate à escravidão moderna no Brasil

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) realizou na quinta-feira (14), em Brasília (DF), workshop para reunir informações relevantes sobre escravidão moderna e elaborar recomendações para fortalecer políticas públicas relacionadas ao tema. Na semana anterior (7), um workshop semelhante foi realizado em São Paulo (SP).

Durante o workshop, representantes de organizações governamentais e não governamentais, como Polícia Federal (PF), Ministério Público da União (MPU), Ministério Público do Trabalho (MPT), Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e Universidade de São Paulo (USP), buscaram elencar fatores de risco e de proteção das vítimas de escravidão moderna, bem como os serviços e equipamentos públicos disponíveis para prevenção, proteção e persecução do delito.

Essas atividades fazem parte do projeto “Análise da dinâmica da escravidão moderna na América Latina e no Caribe a partir da perspectiva britânica”, financiado pelo Reino Unido, que tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento e aprimoramento de políticas no enfrentamento da escravidão moderna em países da América Latina e do Caribe.

O projeto está sendo implementado em oito países da região: Colômbia, Venezuela, Brasil, Haiti, República Dominicana, Costa Rica, El Salvador e Guatemala. O projeto prevê ainda entrevistas individuais com atores relevantes no tema e a elaboração de diagnósticos e recomendações no nível nacional e regional.

A escravidão moderna é um problema invisível que afeta a vida e a liberdade de milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com Fundação Walk Free, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e OIM, cerca de 40,3 milhões de homens, mulheres, meninos e meninas foram vítimas da escravidão moderna no mundo em 2016, dos quais 1,9 milhão estão nas Américas.

“Mesas de trabalho como essa são importantes para construirmos momentos de reflexão. Pensar o futuro das políticas públicas de enfrentamento ao tráfico de pessoas e combate ao trabalho escravo é um desafio coletivo, considerando os novos arranjos institucionais no Brasil e a sua correlação com a América Latina e região”, disse a colaboradora da ONG Associação Brasileira de Defesa da Mulher da Infância e da Juventude (ASBRAD), Graziella Rocha.

Além dos encontros em São Paulo e Brasília, estão previstas novas oficinas em março, envolvendo representantes de Colômbia, Costa Rica, Brasil, entre outros países, para diagnosticar os cenários existentes e discutir as soluções propostas. Após os encontros, os resultados serão publicados com as recomendações trabalhadas pelo projeto.