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OIM realiza 8º monitoramento do fluxo da população venezuelana em Roraima

Boa Vista – Para traçar o perfil e identificar as necessidades de pessoas venezuelanas que se encontram em Roraima, a OIM, Agência da ONU para as Migrações, inicia a 8ª rodada da Matriz de Monitoramento e Deslocamento (DTM, em inglês). A pesquisa visa a coleta de evidências para facilitar a tomada de ações e a definição de políticas públicas, e será realizada em todos os municípios do estado até 8 de dezembro.

As atividades contarão com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome (MDS), Secretaria Estado do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes), do Governo de Roraima, secretarias nos municípios e de parceiros locais, como Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM).

“A edição deste DTM, em parceria com a OIM, nos trará novos subsídios para aprimorar as ações que o Governo Federal, por meio do MDS, vem planejando para a área de migração, principalmente na fronteira norte do Brasil. Os resultados também serão importantes para contribuir com a Câmara Técnica de Migração e Refúgio, instituída na Comissão Intergestores Tripartites”, apontou Niusarete Lima, coordenadora do Subcomitê Federal para Acolhimento e Interiorização de Imigrantes em Situação de Vulnerabilidade do MDS.

Por meio de entrevistas, a DTM recolhe informações sobre trabalho, renda, moradia, escolaridade e saúde, por exemplo, incluindo dados sobre as etnias indígenas quando pertinente. A pesquisa também vai informar sobre o transporte utilizado pelas pessoas da Venezuela para chegar a Roraima e o trajeto utilizado.

Consolidada como a principal coleta de dados da OIM, o estudo é feito em Roraima desde 2017 com pessoas refugiadas e migrantes venezuelanas. Pela segunda vez, a organização estará nos 15 municípios do território roraimense para o levantamento.

Na última edição, a DTM realizou mais de 1.350 entrevistas em Roraima e entre os resultados obtidos, destacaram-se que, à época, 70% da população pesquisada optou pela autorização de residência no país, 47% enviavam remessas para a Venezuela, 27% haviam sofrido algum tipo de discriminação.

“Consideramos muito importante poder realizar a pesquisa nos 15 municípios de Roraima, pois buscamos assim disponibilizar para pesquisadores, gestores e a sociedade em geral acesso a informações relevantes, com bases em evidências de dados, que possam apoiar a promoção de estudos, projetos e políticas públicas, de modo a subsidiar tomadas de decisões”, explicou a coordenadora de Gestão da Informação da OIM, Micheline Cunegundes.

COBERTURA – Serão quatro semanas de cobertura em todo estado para a realização das entrevistas. O município de Uiramutã, na região norte de Roraima, foi o primeiro a receber a equipe da DTM, no dia 15 de novembro. Em Pacaraima, cidade fronteiriça com a Venezuela, o levantamento começou no dia 17 de novembro.

Na capital Boa Vista, o levantamento se iniciou em 20 de novembro e segue até o dia 1º de dezembro. As duas últimas localidades concentram o maior número de pessoas da Venezuela.

Normandia, Bonfim, e Amajari, Alto Alegre, Mucajaí, Canta e Iracema recebem as equipes de 27 de novembro a 1º de dezembro. A DTM encerra com as coletas nos municípios de Rorainópolis, São Luiz, São João da Baliza, Caroebe e Caracaraí entre 4 e 8 de dezembro.

A realização da DTM conta com o apoio financeiro do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.