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Quem somosA Organização Internacional para as Migrações (OIM) faz parte do Sistema das Nações Unidas como a principal organização intergovernamental que promove a migração humana e ordenada para o benefício de todos. A OIM está presente no Brasil desde 2016.
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Nosso trabalhoComo a principal organização intergovernamental que promove migração humana e ordenana, a OIM desempenha um papel fundamental no processo de atingir a Agenda 2030 por meio de diferentes áreas de intervenção. No Brasil, a OIM oferece apoio a migrantes, retornados, deslocados internos e às comunidades de acolhida, trabalhando em cooperação com governos e a academia.
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OIM promove treinamentos em comunidades indígenas de Pacaraima para fortalecer atendimentos de nutrição e auxílios psicológicos
Pacaraima – Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e membros dos Comitês de Saúde de comunidades de Pacaraima, norte de Roraima, receberam treinamentos da OIM, Agência da ONU para as Migrações, sobre avaliação nutricional e Primeiros Auxílios Psicológicos (PAP) visando aprimorar as capacidades de atendimento a moradores das localidades de Sorocaima, Bananal, Tarau Paru e Sakao Motá que recebem indígenas venezuelanos da etnia Taurepang. As atividades ocorreram no mês de fevereiro.
As qualificações, coordenadas com as autoridades locais e Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), têm por objetivo a autonomia das populações para a identificação e tratamento de casos de risco nutricional e suporte para a saúde mental, uma vez que as localidades são distantes da cidade e de difícil acesso, assim como ampliar os conhecimentos e tempo de respostas para tratamentos.
Os treinamentos foram desenvolvidos após avaliações nutricionais e atendimentos de saúde pela equipe da OIM em outubro do ano passado na região, quando foi constatada a necessidade de capacitar pessoas das próprias comunidades para rápida resposta. Os cursos foram ministrados durante um dia em cada localidade, capacitando 25 pessoas em conhecimentos de nutrição e 32 em auxílios psicológicos.
A capacitação de nutrição foi baseada na Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Criança, com conteúdo informativo sobre consumo saudável, avaliação corporal, índices de peso e altura e identificação de casos de riscos, com enfoque em respeitar as diferenças culturais encontradas em cada comunidade. A OIM também distribuiu fitas MUAC utilizada para rastreio nutricional através da aferição da circunferência do braço de crianças de 6 meses a 2 anos de idade e apostilas para consultas.
“Todas as comunidades já haviam demonstrado preocupação com o desenvolvimento infantil. Os moradoras tinham um entendimento popular sobre o assunto, como perceber quando a criança está com baixo peso por falta de alimentação, por exemplo. Com o treinamento, eles passam a saber como fazer avaliações e ter um olhar mais sensível para atuação, além de aprenderem sobre ética e sigilo. A OIM apoia assim um processo que fortalece os laços e saberes locais”, explicou a consultora nutricionista da OIM Sthefane Feitoza.
Na próxima etapa do treinamento, que será a parte prática, serão realizadas avaliações nutricionais em conjunto com a OIM. Além de fortalecer as capacidades dos agentes de saúde, a organização planeja a integração de pais e responsáveis dentro das escolas por meio de sessões informativas sobre alimentação saudável. “Há anseio para levar a nutrição para o ambiente escolar, reforçar os cuidados com consumo de alimentos industrializado e sobre doenças, assim como a importância da realização das avaliações”, complementou Sthefane.
Já o treinamento de Primeiros Auxílios Psicológicos foi desenvolvido a partir de uma perspectiva que envolveu a instrumentalização teórico-técnica de agentes que já trabalham a promoção de saúde nas comunidades indígenas e teve como objetivo levar uma abordagem a partir das vivências de cada povo, já que são ações e estratégias que podem ser aplicados no momento ou logo após a ocorrência de um evento crítico para ajudar a pessoa do ponto de vista psicológico e social. A ação trouxe ainda informações sobre como responder a crises, identificação de casos e a importância do suporte às pessoas em sofrimento.
De acordo com a consultora psicóloga da OIM Rejane Paféj Kanhgág, o curso permite auxiliar profissionais locais na rápida resposta, a tempo de evitar uma patologia. Neste sentido, os auxílios se revelam de extrema importância em eventos traumáticos, podendo minimizar o impacto e estresse inicial e desenvolver mecanismos de enfrentamento funcionais de curto e longo prazo.
“Ainda há uma visão da psicologia como algo ruim e a partir do entendimento do fazer um primeiro acolhimento psicológico, essa ideia é derrubada. Todo trabalho é para mostrar o conteúdo técnico, dinâmico e como atuar nos momentos de crises. Com a capacitação, as comunidades indígenas conseguem ter um olhar aperfeiçoado e mais sensível ao acolher um parente, assim como acolher e encaminhar quando necessário, seguindo as diretrizes de observar, escutar e aproximar. Esses treinamentos são essenciais para os territórios indígenas”, frisou Rejane.
Em Sorocaima, foi feita uma atividade lúdica em grupo para a pintura em camisetas sobre identidade, gostos pessoais e entendimento sobre o outro. As camisetas foram presenteadas aos participantes com a ideia de fortalecimento de relações e o respeito sobre as individualidades.
“As informações sobre o auxílio psicológico são muito necessárias porque há pessoas que passam por algo em casa que pode trazer consequências para o convívio social, agora temos mais informações para dar apoio a elas”, relatou a agente de saúde indígena de Tarau Paru Guarliana Silva. “Aprender sobre avaliação nutricional, que também me ensinou sobre como medir as crianças e acompanhar seu crescimento, a importância de observar o peso dos pacientes e orientar os pais para que possam ter mais atenção nesse ponto, também foi bastante importante”, complementou a AIS.
A OIM realizou ainda treinamento de primeiros socorros nas comunidades, com 41 pessoas participantes, com ensinamentos sobre avaliação ABCDE em pacientes politraumatizados e como atuar em situações de engasgo, reanimação cardiovascular, desmaios, convulsões e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
ATENDIMENTOS MÉDICOS – Durante os treinamentos, a OIM também ofertou atendimentos de enfermagem e médicos para moradores das comunidades. Ao todo, foram 197 consultas com os profissionais nas três localidades atendidas.
Junto com os atendimentos, a Agência da ONU para as Migrações promove conscientização para o bem-estar, avaliação médica e encaminhamentos para especialistas. Os pacientes também podem retirar medicamentos para tratamentos prescritos na Unidade Móvel de Saúde da Organização.
As atividades da OIM nas comunidades indígenas contam com o apoio financeiro de Operações de Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO).