Notícias
Local

OIM percorre rios e estradas de Roraima para apoiar comunidades brasileiras vulneráveis à COVID-19

Foto: Bruno Mancinelle

Foto: Bruno Mancinelle

Foto: Bruno Mancinelle

Boa Vista – Em reforço aos cuidados e prevenção ao novo coronavírus, a OIM, Agência da ONU para as Migrações, percorreu o interior de Roraima para apoiar comunidades indígenas e ribeirinhas brasileiras nas ações de controle à doença. Entre julho e agosto, essas localidades receberam suporte para o fortalecimento de resposta à COVID-19. 

Nas ações, a equipe da OIM navegou durante duas semanas pelo Baixo Rio Branco, entre os municípios de Caracaraí e Rorainópolis, para entrega de kits de higiene e atendimentos de saúde em 17 comunidades ribeirinhas, para o suporte a moradores com dificuldades financeiras e de transporte em decorrência da pandemia. 

Os kits foram entregues a 800 famílias para o auxílio na desinfecção de ambientes coletivos e proteção individual. Durante os atendimentos de saúde, foram realizadas avaliações de clínica geral e testagem para detecção da COVID-19, além de promoção de saúde sobre o uso de máscara e vacinação como mecanismos de proteção à infecção. 

As atividades no Baixo Rio Branco fazem parte das ações da OIM de combate ao coronavírus para populações brasileiras vulneráveis no norte do país, como as ribeirinhas, indígenas e quilombolas de Roraima, Amazonas e Pará, realizadas desde 2020. Essa foi a terceira visita aos moradores ribeirinhos roraimenses. 

“O intuito é auxiliar no combate à COVID-19, reforçando as ações durante nossa passagem nas comunidades. Isso tem uma grande importância porque são locais cujo acesso é feito apenas por via fluvial. Oferecer esse apoio é de grande relevância, pois sabemos como é dificultoso para as famílias que só possuem um meio de locomoção, que é por barco, chegar até às cidades. Por isso, trazer esses itens para ajudar na prevenção significa muito para eles”, relatou o auxiliar de projetos da OIM Kaíque Ribeiro. 

ENTREGA DE KITS – Além das comunidades ribeirinhas, a OIM tem distribuído kits de higiene para indígenas em diversas regiões de Roraima. Em agosto, as equipes se deslocaram ao município de Uiramutã, segunda localidade mais distante da capital para as entregas. 

Para chegar no Polo Base Pedra Branca, foram 5 horas de viagem em estrada de terra de Boa Vista até a comunidade. Mais de 400 kits familiares foram entregues para os moradores, que receberam também informativos sobre cuidados e armazenamento de água potável para uso diário de higiene. 

De acordo com a moradora Eliza, o kit de higiene ajuda nas atividades diárias das famílias. “Sabonete nos ajuda no banho e o mosquiteiro para evitar sermos picados. Também recebemos máscara de proteção e isso é bom, assim como as mulheres receberem absorventes”, disse.

Eliza, moradora de Uiramutã 

ATENDIMENTOS DE SAÚDE – A OIM também levou serviços de saúde para as comunidades indígenas e ribeirinhas, com consultas médicas e avaliação de enfermagem. Desde o começo das ações, no início do ano, aproximadamente 6 mil atendimentos foram realizados. Com a consulta de enfermagem, os pacientes recebem encaminhamentos para exames e medicamentos para tratamentos.

A equipe de saúde também promoveu sessões informativas sobre COVID-19, saúde mental durante a pandemia e saúde da mulher. Agentes de Saúde Indígena (AIS) passaram por capacitações para fortalecer os conhecimentos junto às comunidades e reforçar os cuidados locais.

Atendimento em Uiramutã

“É muito bom ter essas ações. Aqui, a COVID-19 nos atingiu, tivemos muitos casos. Por não ser tão distante de Boa Vista, temos muitas pessoas transitando de lá para cá. Esse ponto da saúde é muito importante e essas atividades são sempre muito bem-vindas”, afirmou a liderança da comunidade de Canauanim, no município do Cantá, Aldecir da Silva.  

Para a coordenadora de Atenção Direta da OIM, Ellene Baettker, a atuação em diversas áreas possibilita que as comunidades tenham meios para a prevenção. “Realizar essas ações por diversos meios de locomoção, como carro, caminhão, avião e barco, fez a gente entender a importância de se pensar essas ações para esses locais que estão mais distantes das realidades urbanas. Aprendemos muito com essas comunidades”, complementou.  

As atividades contaram com o apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).