Boa Vista e Pacaraima – Em ações alusivas à campanha do Coração Azul, de combate ao tráfico de pessoas, a OIM, Agência da ONU para as Migrações, promoveu duas blitze educativas nos municípios roraimenses de Boa Vista e Pacaraima. As atividades ocorreram no marco do dia internacional de combate a esse crime, fixado em 30 de julho.

A mobilização em Pacaraima, cidade fronteiriça com a Venezuela, ocorreu no dia 30 pela manhã, em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social e apoio da Polícia Federal. Foram distribuídos panfletos com informações sobre a identificação do crime, onde buscar apoio e canais de denúncia para pessoas brasileiras, refugiadas e migrantes.

“Essa ação integrada com o poder público reforça o alcance da ação e a sensibilização da comunidade, fortalecendo também a resposta local ao enfrentamento ao tráfico de pessoas”, disse a coordenadora do escritório da OIM em Pacaraima, Rosângela Alves.

Na capital de Roraima, no dia 31, os condutores e pedestres que passavam pelo Centro Cívico também receberam materiais informativos. Junto com a OIM, a Secretaria de Estado do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes) e organizações do Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Operação Acolhida, resposta humanitária do governo brasileiro ao fluxo venezuelano, estiveram presentes e contaram ainda com o apoio do Centro de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e do Departamento de Trânsito (Detran-RR).

O tráfico de pessoas é considerado umas das formas mais graves de violação dos direitos humanos, atingindo globalmente milhares de vítimas, cujos direitos fundamentais e dignidade são enormemente violados. A Campanha Coração Azul é celebrada mundialmente para reforçar os cuidados e ações para o combate ao crime. Neste ano, a OIM destaca o tema “não deixaremos nenhuma criança para trás na luta contra o tráfico de pessoas”.

Conforme o coordenador de Proteção da OIM, Felipe Wunder, a implementação da campanha em Roraima é fundamental por se tratar de região com duas fronteiras internacionais, o que facilita a incidência do crime.

“Promover campanhas de conscientização de modo regular é extremamente relevante para que a população em geral, sobretudo para aquelas pessoas que se encontram em maior situação de vulnerabilidade, recebam informações confiáveis e possam ficar atentas a essa questão e conhecer os canais de denúncia, como o Disque 100, que garante a confidencialidade do denunciante”, destacou Wunder.

ATIVIDADES – Além das blitze, a OIM realizou uma série de atividades de conscientização e fortalecimento da rede para o enfrentamento ao tráfico. Com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Setrabes, um seminário com enfoque nas necessidades específicas das crianças e adolescentes vítimas de tráfico de pessoas foi realizado. O evento contou com ampla participação não apenas da rede de proteção local, mas também organizações internacionais, organizações não-governamentais e pesquisadores que atuam no enfrentamento ao crime.

A OIM também fez, em Roraima, sessões informativas nos locais de atendimento da Operação Acolhida e em ocupações espontâneas, locais públicos ou privados usados como moradia por refugiados e migrantes.

A OIM segue com atuação na prevenção ao tráfico de pessoas, seja por meio de atividades diretas com as comunidades e ou mesmo em apoio aos governos na articulação, coordenação e implementação de mecanismos que visam prevenir a ocorrência deste crime e assistir às vítimas quando necessário.

As atividades da OIM contam com o apoio financeiro do Escritório de População, Migração e Refugiados (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.