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OIM inicia nova rodada de monitoramento do deslocamento de refugiados e migrantes venezuelanos em Roraima

Boa Vista – A OIM, Agência da ONU para as Migrações, iniciou a 7ª rodada da Matriz de Monitoramento de Deslocamento (DTM, em inglês) em Roraima. A pesquisa traça as diferentes fases do percurso migratório, o perfil e as necessidades de refugiados e migrantes venezuelanos que chegam ao Brasil. O estudo será realizado em todos os municípios do estado até o dia 2 de dezembro. 

A DTM é a principal coleta de dados feita globalmente pela OIM, permitindo a ampliação dos conhecimentos sobre a mobilidade e vulnerabilidade da população em deslocamento. Por meio de entrevistas, as informações são sistematizadas em vários níveis e visam apoiar na formulação de políticas públicas e assistência. No território roraimense, a pesquisa é realizada desde 2017 com refugiados e migrantes da Venezuela. 

Nesta etapa do levantamento, que terá o apoio do Ministério da Cidadania, Pastoral dos Migrantes e da Secretaria de Estado do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes), do Governo de Roraima, a pesquisa ocorrerá em dois momentos: primeiro, com venezuelanos estabelecidos e morando em Roraima para entender o perfil sociodemográfico desse grupo, com dados sobre situação laboral e econômica, alimentação e moradia, saúde, proteção, movimentos migratórios e pessoas com deficiências. Serão coletadas também informações sobre etnia indígena, quando pertinente. 

Em outro momento, a DTM irá nas ocupações espontâneas, locais públicos ou privados, da capital e interior para entrevistas com as lideranças dos espaços e famílias que se encontram nesses ambientes para que respondam sobre a condição de habitação, educação, integração socioeconômica, alimentação e saúde. A população em situação de rua também responderá um formulário com informações demográficas.  

“É importante ressaltar as novidades desta rodada da DTM, que lança luz sobre populações em deslocamento mais vulneráveis, como os que estão em situação de rua ou em domicílios precários. Além disso, com a parceria de governos municipais, estadual e federal, pela primeira vez a pesquisa irá abranger todos os 15 municípios de Roraima. Isso demonstra um marco importante dentro das ações da OIM para entendermos o perfil migratório no estado”, explicou a coordenadora de Gestão da Informação da OIM, Cinthia Barros. 

Para a assessora para Assuntos de Migrações da Secretaria Nacional de Assistência Social e Coordenadora do Subcomitê Federal de Interiorização, Niusarete Margarida de Lima, o levantamento permite reforçar dados oficiais diante do contexto migratório. “São informações essenciais para que possamos ajustar nossas ações e darmos respostas mais efetivas e eficazes à população refugiada e migrante dentro do âmbito da Operação Acolhida. Assim, a DTM cumpre um importante papel para subsidiar a tomada de decisão por parte do Governo Federal e de organizações que atuam na resposta humanitária ao fluxo venezuelano”, relatou. 

COBERTURA – Para a realização em toda extensão territorial de Roraima, a equipe segue em três semanas para as regiões sul, central e norte do estado. A DTM chegou aos municípios de Rorainópolis, São Luiz, São João da Baliza, Caroebe e Caracaraí entre os dias 14 e 18 de novembro. 

Alto Alegre, Mucajaí, Iracema e Cantá recebem as equipes entre 21 e 24 do mesmo mês e o levantamento será finalizado nos municípios do interior de 28 de novembro a 1º de dezembro em Normandia, Bonfim e Amajarí.  

Em Pacaraima, município fronteiriço com a Venezuela, a DTM começou no dia 9 de novembro. Já na capital boa-vistense, iniciou-se a pesquisa no dia 14 de novembro. Nesses locais, onde concentram-se a maior quantidade de refugiados e migrantes venezuelanos, a coleta dos dados ocorre todos os dias até 2 de dezembro, quando se encerram as atividades de campo. A publicação oficial dos resultados está prevista para o início de 2023. 

A realização da DTM conta com o apoio financeiro do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.