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OIM apoia Prefeitura de São Paulo no levantamento de iniciativas culturais promovidas por e para migrantes

O Mapeamento Colaborativo 2022 inicialmente abre inscrições para coletivos, associações, organizações e pessoas migrantes que desenvolvam diferentes tipos de atividades na cidade de São Paulo no ramo da alimentação, produção cultural e comunicação, entre outros

São Paulo - A Prefeitura de São Paulo (SP) lançou, no início de setembro, o Mapeamento Colaborativo 2022, reunindo informações sobre prestação de serviço realizada por migrantes ou serviços para migrantes. A iniciativa é da Coordenação de Políticas para Imigrantes e Promoção do Trabalho Decente da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, com o apoio da OIM, Agência da ONU para as Migrações. Coletivos, associações e organizações que atuam na pauta migratória e pessoas migrantes podem inscrever suas iniciativas nas áreas indicadas preenchendo este relatório até o dia 30/9/2022. 

As informações levantadas irão compor uma página na internet que estará à disposição da população. Nela, poderão ser encontradas iniciativas como feiras culturais ou artesanais, grupos artísticos, acadêmicos, coletivos, associações de/ou para migrantes, programas de rádio, televisão, imprensa ou mídias sociais com conteúdo sobre migrações e até mesmo restaurantes, serviços de entregas de comida ou de bebidas típicas dos países de origem dessa população. 

São Paulo é conhecida por ser uma cidade multicultural que acolhe cidadãos de todas as partes do mundo. Esse diálogo construído entre os migrantes e a cidade pode ser visto em territórios como Pari, Penha, Itaquera, Liberdade, Bixiga, Mooca e Bom Retiro, entre outros. 

O intuito do Mapeamento Colaborativo é reunir informações, que, além da prestação de serviço, também poderão ser utilizadas para divulgar e qualificar toda a diversidade e riqueza geradas pelos migrantes. “O objetivo não é só o de reunir informações da rede de migração da cidade de São Paulo, mas de construir esse banco de dados com a participação dos próprios agentes que desenvolvem as iniciativas, que podem ser utilizadas por todos aqueles interessados no tema migratório e pela própria comunidade migrante”, explica o coordenador de Políticas para Imigrantes, Bryan Rodas. 

 Assim, será possível elaborar, entre outros produtos, um mapa cultural de iniciativas dessa parcela da população como, por exemplo, festas como a Alasitas, promovida no início do ano pela comunidade boliviana no Parque D. Pedro I e que reúne em todas as oportunidades uma média de 30 mil pessoas, com comidas típicas e artesanato. 

“Ficamos muito felizes de apoiar essa iniciativa que irá promover a valorização da cultura rica e diversa da população migrante em São Paulo. Para a OIM, isso reforça também nossa parceria de longa data com a Prefeitura de São Paulo em apoio à integração das pessoas migrantes.”, afirma Carla Lorenzi, coordenadora de projetos da OIM em São Paulo. 

O Mapeamento Colaborativo vem sendo desenvolvido desde 2015, mas essa é a primeira vez que pretende reunir tantas informações em uma só edição. 

Ele já foi utilizado, por exemplo, para levantar o número de cursos presenciais e online de Português oferecidos aos migrantes na cidade de São Paulo por ocasião do período de isolamento da pandemia de Covid-19, que provocou a paralisação das aulas presenciais do programa Portas Abertas – Português para Imigrantes. O programa, que também é uma iniciativa da Coordenação em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, oferece o curso do idioma em 11 escolas da rede pública municipal. 

O mapeamento tem respaldo da lei que determina o livre acesso à informação para as comunidades migrantes na cidade de São Paulo. Segundo dados do Registro de Migrantes Internacionais (SISMIGRA) da Polícia Federal, 376.156 pessoas obtiveram o registro migratório no município, entre janeiro de 2020 e junho de 2021. As principais comunidades são a de bolivianos (27%), chineses (7%) e haitianos (6%). 

Desde 2020, o município de São Paulo participa da plataforma “MigraCidades: Aprimorando a Governança Migratória Local no Brasil”, com o compromisso de qualificar o acolhimento e integração de migrantes no município.  A Plataforma MigraCidades é fruto de parceria entra a OIM e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com o apoio da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), e tem como objetivos capacitar atores locais, impulsionar o diálogo migratório, certificar o engajamento dos governos em aprimorar a governança migratória e dar visibilidade às boas práticas identificadas nos estados e municípios brasileiros. Como parte do processo de certificação, a plataforma apoia os governos locais engajados na construção de diagnósticos e prioridades locais. 

Com apoio da Prefeitura de São Paulo.