Notícias
Local

OIM apoia Ministério dos Povos Indígenas e Funai em diálogo com indígenas venezuelanos Warao em Belo Horizonte e Manaus

Foto: Rodrigo DUARTE

Brasília – O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) realizaram, com apoio da OIM, a Agência da ONU para as Migrações, os Diálogos Comunitários. Foram duas séries de encontros com indígenas venezuelanos Warao em Belo Horizonte e em Manaus realizadas em novembro, com o objetivo de identificar demandas prioritárias e os desejos para o futuro dessas comunidades envolvidas. Também foi promovida a interlocução com atores institucionais das redes locais incluindo governos municipais, estaduais e sociedade civil.  

A iniciativa buscou assim desenvolver processos de diálogo visando a estruturação de uma metodologia de construção de Plano de Vida comunitário, que parte da reflexão sobre a visão de futuro do coletivo. As discussões foram realizadas em espanhol, português e idioma Warao.  

Além das demandas, desafios e desejos mapeados, foram elencadas possíveis soluções para o acesso a direitos, adequação cultural e aprimoramento dos serviços ofertados. Também foram identificadas ações potenciais nas quais os parceiros presentes se engajaram e outras que poderão ser articuladas localmente, na prestação de serviços culturalmente sensíveis e de qualidade para as comunidades. 

“O MPI, representado pela Ministra Sonia Guajajara, desde os seus primeiros meses de atuação em 2023 tem se preocupado com a situação dos indígenas de outros países em território nacional. Esse momento de escuta qualificada em Belo Horizonte e Manaus, realizado junto a OIM, lideranças e os diversos atores que prestam assistência a essas pessoas indígenas, é de suma importância para a criação de políticas públicas especificas e iniciativas que darão respostas às necessidades dessas famílias que já estão em quase todos os estados do Brasil”, explicou o coordenador de Políticas para Indígenas em Situação de Contexto Urbano do MPI, Bruno Kanela. 

O coordenador de Processos Educativos da Coordenação Geral de Promoção da Cidadania da Funai, André Raimundo, ressaltou que “dentro do plano plurianual foi colocada uma ação para se pensar povos em contexto urbano, povos em situação de mobilidade e povos indígenas migrantes e refugiados. É uma oportunidade de aprendermos e construirmos juntos, como eu faço políticas públicas para atender o povo Warao em Manaus e em Belo Horizonte? Possivelmente não da mesma forma”. 

O Plano de Vida em trabalho será um instrumento de fortalecimento das lideranças comunitárias e de diálogo com as redes socioassistenciais locais na construção de compromissos para promoção do acesso a direitos das populações indígenas em mobilidade e aprimoramento da capacidade técnica de implementação de políticas públicas.   

“A metodologia de Plano de Vida se caracteriza pelo respeito à cosmologia do povo Warao e a um diálogo baseado em seus modos de vida, compreendendo a importância da construção de processos de consulta prévia, livre e informada culturalmente adequados”, explicou a consultora da OIM Luciana Vazquez. 

Essas atividades contam com o apoio financeiro do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.