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OIM amplia o monitoramento de deslocamento regional em resposta à guerra na Ucrânia

Equipe da OIM realiza uma avaliação do centro coletivo que necessita de reforma em Uzhhorod. Foto: Gema Cortes / OIM 

 

Genebra – Mais de oito milhões de pessoas estão deslocadas internamente na Ucrânia devido à guerra, e outras 6,5 milhões cruzaram as fronteiras internacionais em busca de um lugar seguro. Em resposta, a OIM, Agência da ONU para as Migrações, está ampliando o uso de sua ferramenta Matriz de Monitoramento de Deslocamento (DTM, em inglês) para entender melhor a dinâmica de mobilidade na região e fortalecer a resposta da Organização à crise. 

A DTM, a principal ferramenta de coleta de dados da OIM em momentos de crises, reúne e analisa dados sobre a mobilidade e vulnerabilidades das pessoas deslocadas para garantir que a assistência prestada às populações afetadas responda às suas necessidades. 

Desde o início da guerra, a OIM expandiu a coleta de dados da DTM em 54 pontos de trânsito e passagem de fronteira na Hungria, República da Moldávia, Polônia, Romênia e Eslováquia – com uma rede de 40 enumeradores. Além de coletar dados sobre pessoas deslocadas internamente, a DTM realizou mais de 18 mil pesquisas individuais sobre perfis, intenções de mobilidade, necessidades e vulnerabilidades dos refugiados, incluindo nacionais de países terceiros, que fogem da Ucrânia. 

Na Polônia, a OIM realizou 5.710 pesquisas em oito locais (até 18 de maio). Entre cerca de 1.500 entrevistados em centros de registro e abrigos coletivos, 42% eram crianças e 10% eram idosos. 82% disseram que pretendiam permanecer em sua localização atual na Polônia. Em contraste, entre os mais de 3 mil entrevistados nos pontos de entrada, apenas 43% expressaram a intenção de permanecer na Polônia e 79% indicaram o desejo de retornar à Ucrânia quando for seguro. 

O terceiro relatório DTM da Moldávia, produzido em conjunto com a ONU Mulheres, entrevistou mais de 10 mil pessoas, das quais 97% eram ucranianas e 3% eram nacionais de países terceiros. A Moldávia foi identificada como o principal destino pretendido (29%), seguida pela Alemanha (15%), Romênia (11%) e Eslováquia (8%). Além disso, a OIM Moldávia publicou seu primeiro relatório sobre ucranianos e nacionais de países terceiros cruzando a fronteira da Ucrânia: quase metade dos 250 entrevistados eram originários da região de Odessa e cerca de 93% relataram que pretendiam voltar ao seu local habitual de origem. 

Na Romênia, o primeiro relatório DTM da OIM entrevistou 2.028 pessoas em oito locais, dos quais 97% eram ucranianos e 3%, nacionais de países terceiros. A pesquisa identificou Odessa como a principal região de origem (39% dos entrevistados) e mais da metade expressou a intenção de viajar da Romênia, principalmente para a Alemanha, Bulgária e Polônia. Oitenta e um por cento relataram que pretendem retornar à Ucrânia assim que fosse seguro. 

Na Eslováquia, a OIM analisou uma segunda rodada de entrevistas. Entre 481 entrevistados, as principais regiões de origem foram Kharkiv (22%), Kiev (20%) e Donetsk (15%). Mais da metade (57%) relatou a Eslováquia como destino pretendido. Entre os entrevistados que viajam com a família, a alimentação, informação, transporte, acomodação e apoio financeiro foram identificados como as cinco principais necessidades. 

A Organização está se mobilizando para realizar outras avaliações rápidas das necessidades dos nacionais de países terceiros que viajaram para além dos países vizinhos da Ucrânia. O segundo relatório publicado na Bélgica destacou a discriminação e a xenofobia como os principais problemas enfrentados pelos entrevistados em sua viagem (55%), enquanto o alojamento temporário foi classificado como a necessidade mais premente (67%). Dos entrevistados, 31% expressaram o desejo de retornar à Ucrânia. 

A expansão das atividades de DTM da OIM na região foi possível com o apoio financeiro do Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa, Ministério Federal das Relações Exteriores da Alemanha, Governo do Japão, Agência Suíça para o Desenvolvimento (SDC, em inglês) e Cooperação e do Escritório de População, Refúgio e Migração dos Estados Unidos da América (PRM, em inglês).  

A Matriz de Monitoramento de Deslocamento agora está operando sob o Instituto Global de Dados (GDI, sigla em inglês), lançado recentemente, em Berlim. 

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