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Indígenas Warao iniciam formação pelo programa Inclusão Sem Fronteiras

Brasília - Dezessete indígenas venezuelanos da etnia Warao iniciaram este mês o curso de padeiro pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai-DF). Eles fazem parte do grupo de beneficiados pelo programa Inclusão Sem Fronteiras. A ação é uma iniciativa da Organização Internacional para as Migrações (OIM), em parceria com a Agência de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) e com o Senai-DF.

As aulas ocorrem no espaço da ADRA em Samambaia. “Almejamos que eles ingressem no mercado de trabalho e possam ser empreendedores ou empregados no ramo da panificação”, destaca o coordenador do núcleo da ADRA no DF, Israel Augusto.

A qualificação tem 200 horas/aula e os alunos aprenderão sobre preparo de massas, coberturas e recheios. “Estamos muito felizes em participar desta ação integradora, em que é feita a articulação com diversas culturas com propósito único de inseri-los em uma formação”, disse a gerente de Educação Profissional do Senai-DF, Valéria Silva. “Ao final do curso, eles receberão certificado de qualificação profissional e estarão aptos para o mercado.”

Durante a aula inaugural, o cacique Miguel Quijada, de 40 anos, agradeceu a oportunidade. “Migramos da Venezuela para o Brasil e temos que pensar no futuro”, explicou, ao falar da importância do momento.

Ampliação do público atendido

Os indígenas atendidos pelo programa vivem em São Sebastião, em abrigo da Cáritas Arquidiocesana de Brasília. Organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Cáritas Brasileira é uma rede que desenvolve atividades humanitárias em várias partes do País. Uma das ações da entidade é auxiliar os migrantes no processo de formação. “É fundamental, no espaço em que vivemos, que eles possam ter oportunidades no campo do trabalho e autonomia de poder sobreviver aqui e em qualquer outro espaço que eles queiram”, ressalta o diretor executivo da organização em Brasília, Paulo Henrique de Morais.

Inicialmente, o programa Inclusão Sem Fronteiras previa a certificação e a qualificação profissional de 200 venezuelanos e migrantes vulneráveis de países vizinhos ao Brasil — número que foi ampliado para 250, incluídos os 17 indígenas que iniciaram as aulas em junho.

“A iniciativa de ofertar qualificação profissional para migrantes Warao aqui no DF é uma das primeiras experiências que estamos tendo no Brasil. Temos outra, em andamento em Roraima, em parceria com o Senac [Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial]. Então, é com muita satisfação que a gente inicia essa ação com a ADRA e o Senai, porque é uma das primeiras experiências que permitem incluí-los nesse espaço de qualificação profissional no Brasil”, explica a coordenadora de projetos da OIM Luísa Cruz.

A iniciativa é realizada no marco do projeto Oportunidades, implementado pela OIM com o apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

Fonte: Samira Pádua | Assessoria de Comunicação do Senai-DF
Fotos: Victor Hugo Pessoa/Senai-DF