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Grupo de 31 trabalhadores venezuelanos chega em Santa Catarina com seus familiares

Refugiados e migrantes estavam abrigados em Boa Vista e participaram da Estratégia de Interiorização do Governo Federal na modalidade vaga de emprego. Transporte em voo comercial foi assegurado pela OIM

Florianópolis - Acompanhados de seus familiares, os 31 venezuelanos empregados em uma indústria de alimentos na região de Seara, no oeste catarinense, desembarcam este mês em Santa Catarina. Um dos beneficiários seguirá ainda para o Rio Grande do Sul para trabalhar em uma empresa de peças mecânicas. No total, 59 refugiados e migrantes irão recomeçar suas vidas no sul do país.

Os venezuelanos estavam abrigados em centros de acolhimento em Boa Vista (RR) e foram empregados em uma parceria entre as empresas contratantes, o Serviço Jesuíta para Migrantes e Refugiados (SJMR Brasil) e a Associação de Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI Brasil), que gerencia sete abrigos para migrantes e refugiados na região Norte.

A AVSI Brasil foi responsável por acompanhar as entrevistas dos venezuelanos e viabilizou a interiorização do grupo para Santa Catarina e Rio Grande do Sul, pelo projeto Acolhidos por meio do trabalho. O transporte da capital de Roraima foi realizado em voos comerciais com passagens adquiridas pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).

“A OIM apoia todas as etapas da interiorização junto à Operação Acolhida. Estamos presentes desde a análise da documentação, passando pela avaliação médica, até o embarque dos beneficiários. Com a aquisição de passagens em voos comerciais complementamos o transporte realizado pela Força Aérea Brasileira e ampliamos o alcance da estratégia do Governo Federal”, ressalta o chefe de missão da OIM no Brasil, Stéphane Rostiaux.

Em Santa Catarina, a maioria das famílias irá residir na cidade de Seara e, um grupo menor, em Itá, a aproximadamente 21 quilômetros. Eles terão residência garantida por três meses. O acompanhamento de uma assistente social para todas as famílias, visando apoiar a integração local e com a empresa, também está previsto neste período.

“Sabemos que essa transição merece atenção, já que essas pessoas não contam com recursos para arcar com aluguel ou outras despesas neste primeiro momento. Por isso, garantimos um acompanhamento de três meses, para que eles consigam economizar seus proventos e, a partir do quarto mês, tenham sua autonomia definitiva”, explica a gerente do projeto Acolhidos por meio do trabalho, Thais Braga.

Para o diretor nacional do Serviço Jesuíta, Pe. Agnaldo Júnior, "as ações realizadas em parceria são capazes de produzir um resultado muito melhor e garantir um impacto transformador de maior duração. Por isso, apostamos nesse trabalho conjunto com a AVSI. Esperamos que os migrantes e refugiados aproveitem bem essa oportunidade e possam viver em melhores condições, juntamente com suas famílias", ressaltou.

Todos os novos contratados começam as atividades já em outubro. Eles já concluíram as etapas do processo seletivo e estão com as documentações e vacinas em dia. Eles também já passaram por exames de COVID-19 e devem cumprir um período de quarentena antes das atividades laborais.

As empresas contratantes preveem políticas e procedimentos de segurança e proteção da saúde dos colaboradores, por isso vem adotando todas as medidas preventivas em suas operações, como limpeza, controle de higienização, aferição de temperatura diária e protocolos de distanciamento.

Este é o segundo grupo interiorizado pelo projeto Acolhidos por meio do trabalho no estado. Em fevereiro a AVSI Brasil e o Serviço Jesuíta intermediaram a chegada e monitoraram o acompanhamento de 87 venezuelanos para a região, durante três meses. Depois disso, todos já deixaram as acomodações temporárias e residem na região com recursos próprios.

“Nossa avaliação do primeiro grupo é altamente positiva. Os venezuelanos se adaptaram bem à cidade e elogiam muito o acolhimento que receberam, tanto na empresa onde trabalham, como em suas comunidades”, observa Thais Braga.

O projeto Acolhidos por meio do trabalho também atua com brasileiros em situação de vulnerabilidade e é implementado pela AVSI Brasil e o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), com o envolvimento da Fundação AVSI (Itália) e AVSI-USA, com financiamento do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM), do governo dos EUA.

As atividades da OIM na Estratégia de Interiorização são igualmente realizadas com o apoio financeiro do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Fotos: © AVSI Brasil