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GDF, OIM e Associação de Antropologia promovem formação para profissionais da saúde sobre migração e população Warao

O treinamento “Saúde, Migração e População Indígena Venezuelana Warao” foi realizado na última terça-feira (18) para 25 servidores públicos da área da saúde que atuam com esse público. A inciativa é da Secretaria de Saúde do Distrito Federal por meio da Gerência de Atenção à Saúde às Populações em Situação Vulnerável (GASPVP), e contou com o apoio da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e da Associação Brasileira de Antropologia (ABA).

A atividade é parte do esforço conjunto que tem o objetivo de construir uma rede intersetorial de saúde para povos indígenas, e compõe as ações direcionadas à qualificação destes profissionais que trabalham com a população indígena oriunda da Venezuela, em especial o povo Warao abrigado no Distrito Federal (DF). Também contribui com a instituição de um espaço de discussão e debate contínuo sobre a temática da migração e população indígena.

“A comunicação intercultural é fundamental no processo de humanização do cuidado em saúde da pessoa indígena refugiada e migrante, pois possibilita a construção de estratégias para um lugar comum de diálogo”, destacou durante a capacitação a assistente de projetos da OIM Jennifer Alvarez.

Dentre os pontos centrais abordados se destacaram as características culturais, desafios no acolhimento de indígenas refugiados e migrantes venezuelanos e os aspectos jurídicos e estratégias para soluções duradouras. Especificidades da cultura indígena Warao e um panorama sobre a situação dos migrantes no Brasil e no mundo também foram apresentados.

“A cultura não deve ser encarada como um obstáculo, mas sim como um aliado. Deve ser a ponte para promoção da saúde”, destacou a professora na Universidade de Brasília (UnB) e integrante da Comissão de Assuntos Indígenas (CAI) da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) Elaine Moreira.

A gerente de Atenção à Saúde às Populações em Situação Vulnerável (GASPVP), Denise Ocampos, complementou: “temos que atuar conjuntamente e de maneira intersetorial para ofertar à população indígena refugiada e migrante um serviço de qualidade e que respeite às especificidades étnicas, conforme já trabalhamos dentro do Sistema Único de Saúde - SUS” com outras populações.

Durante o evento foram ainda compartilhadas boas práticas e apontadas questões e dúvidas sobre a temática. A possibilidade de novas parcerias e intercâmbios também está em discussão, de modo a estruturar abordagens e cuidados mais eficazes referentes à saúde indígena com a participação da população Warao do DF.