Florianópolis – Cultura, gastronomia e empreendedorismo reuniram a comunidade migrante e local na Praça da Alfândega, no centro histórico de Florianópolis, no último mês (17), sob a bandeira do Festival Culturas Migrantes. A iniciativa da OIM, Agência da ONU para as Migrações, em parceria com a jornalista e produtora cultural venezuelana Anais Castrellon e a Círculos de Hospitalidade alcançou cerca de duas mil pessoas com representantes de países como Venezuela, Chile, Argentina, Haiti, Colômbia, Guiné-Bissau e Síria. 

Um dos espaços mais procurados pelos visitantes foi a feira de empreendedorismo migrante, na qual os visitantes puderam conhecer e apoiar pequenos negócios que trazem consigo heranças culturais. Entre os empreendedores, o festival reuniu parte dos 105 participantes do Impulso!, programa realizado em parceria entre a Círculos e a OIM que disponibilizou capital semente para a compra de equipamentos e produtos para o início dos negócios.  

A feira de empreendedores exibiu barracas coloridas com artesanatos, peças de vestuário, obras de arte e itens criativos. Entre os produtos expostos, os que mais chamaram a atenção do estudante baiano Rafael foram as peças produzidas pela chilena Natalia, que possui uma marca de roupas especializada em moda afro urbana. "Estou de passagem e vi a feira acontecendo. O evento está muito bacana, está fomentando o empreendedorismo na cidade e ajuda a dar oportunidade para as pessoas desenvolverem seus negócios", diz Rafael. 
 
Para a empreendedora Natalia, o festival estimula a construção de uma sociedade mais diversa. "Estou muito grata pelo acolhimento do Brasil. Acho que esse tipo de festival ajuda a promover a igualdade e a inclusão de culturas de diferentes locais. Foi muito lindo ver as pessoas juntas, todo mundo se dando bem. Estou muito grata." 
 
A banca de Oriana também atraía a curiosidade do público com suas piñatas de papel, objetos coloridos feitos em diferentes formatos. "As piñatas são usadas principalmente no México, na Venezuela e na Colômbia nas festas de crianças. Elas são recheadas com balas e brinquedos, e a gente começa a bater nelas até que estourem e o conteúdo se espalhe no chão, todo mundo participa!” contou Oriana, que também levou para a feira acessórios para cachorros, como bandanas e laços, criados em parceria com a mãe. “O que gosto nos brasileiros é que são muito curiosos, gostam de saber, de perguntar e de apoiar nossos negócios”, completou. 

Além das atrações culturais, com espaço para gastronomia, realização de oficinas e apresentações musicais e artísticas, instituições públicas e organizações da sociedade civil ofereceram serviços para regularização migratória, acesso a direitos e vacinação.  

"O festival nos trouxe a certeza de que a integração entre migrantes e a comunidade local fortalece os laços e enriquece a cidade. Oportunidades como essa ampliam o potencial dessas pessoas empreendedoras contribuindo para sua integração e o desenvolvimento sustentável”, avaliou a coordenadora de projetos da OIM em Santa Catarina Carolina Becker. 

O evento contou com o apoio da Associação Voluntários para o Serviço Internacional Brasil (AVSI), do Serviço Pastoral dos Migrantes, e a participação do Instituto de Geração de Oportunidades de Florianópolis (IGEOF), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Nacional de Empregos (SINE), Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, Coordenadoria de Políticas Públicas para Direitos Humanos, Secretaria de Assistência Social estadual e municipal e Secretaria Municipal de Saúde. 

Essa ação foi realizada pela OIM no âmbito do projeto Oportunidades, que conta com o apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).