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Evento promove inclusão de mulheres migrantes no mercado de trabalho em São Paulo  

São Paulo – A OIM, Agência da ONU para as Migrações, juntamente com a FIESP, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania realizaram, na última sexta-feira (24), evento marcado pelo incentivo à inclusão de mulheres migrantes no mercado de trabalho. A atividade foi voltada para gestores de recursos humanos, de responsabilidade social, empresários e organizações da sociedade civil e contou com a participação de representantes do governo dos Estados Unidos. 

A manhã de atividades teve como tema “Diversidade e inovação: contratando mulheres migrantes”, e faz parte da programação de ações da OIM durante o Mês das Mulheres. O objetivo do evento foi sensibilizar o setor privado para a inserção laboral dessas mulheres e os benefícios de sua contratação. A atividade foi uma parceira com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, através da Coordenação de Políticas para Imigrantes e Promoção do Trabalho Decente, do SELO de Direitos Humanos e Diversidade e do SELO de Igualdade Racial da Virada Feminina e da FIESP. 

Presente no evento, a assistente de gestão de projetos da USAID Rumy Solano ressaltou a incentivo da agência americana a iniciativas como a realizada na capital paulista. “Nós apoiamos projetos de integração socioeconômica no Peru, no Equador e no Brasil, e junto à OIM temos conseguido avançar significativamente sobre o tema de empreendedorismo, empregabilidade, educação financeira e igualdade de gênero”, destacou. “Não somente estamos vendo o impacto gerado por essas iniciativas, mas também a importância do trabalho conjunto com o setor privado, governos e sociedade civil para criar soluções inovadoras que beneficiem migrantes e a população local”, complementou. 

O Cônsul Geral Adjunto dos Estados Unidos Jonathan Austin destacou o comprometimento do Governo dos Estados Unidos para ampliar ações conjuntas. "Estamos observando como essas empresas estão sendo chaves na integração dessas pessoas na sociedade, e eventos como o de hoje têm a capacidade de mudar a vida de muitos migrantes. A partir dessa atividade, esperamos que o resultado seja o fortalecimento de novas parcerias”, afirmou. 

Empresas também participaram dando depoimentos sobre a pluralidade de culturas e a diversidade de competências que o intercâmbio propiciado pode trazer aos negócios e à sociedade. “A migração é um tema que está muito ligado com nossa história e com a responsabilidade social. Nós começamos nosso programa piloto de diversidade e inclusão em 2021, e hoje temos 26 pessoas trabalhando conosco, sendo 19 mulheres. Abrir oportunidades para mulheres migrantes e promover a equidade tem sido um grande orgulho para instituição”, comentou Deborah Rocha, analista de Recursos Humanos do Hospital Israelita Albert Einstein. 

Segundo a Presidente do CONFEM, Conselho Superior Feminino da FIESP, e Presidente Internacional da Virada Feminina, Marta Lívia Suplicy, o envolvimento da OIM nas ações da instituição é muito importante para dar visibilidade de maneira responsável sobre o tema. “A partir da presença da OIM no Conselho Superior Feminino da FIESP e do compromisso do conselho com a inclusão, a FIESP tem tido um grande empenho com essa pauta. Através disso, no ano último ano de atuação já impactamos mais de 4 mil mulheres na cadeia produtiva concretizando uma visão de empoderamento de mulheres não só na indústria, mas em toda sociedade”, disse.  

A gerente sênior de programas da OIM Michelle Barron avaliou os ganhos gerados pela parceria. “Ver o tema da empregabilidade de pessoas migrantes, em especial das mulheres, ser tratado de maneira proeminente pela FIESP é muito relevante para a mobilização do setor e para que essas mulheres possam se consolidar no mercado de trabalho”, destacou. 

São Paulo possui mais de 360 mil migrantes internacionais, segundo dados do OBMigra, Observatório das Migrações. Cerca de metade destas pessoas são do gênero feminino. No entanto, segundo o IBGE, a população feminina possui a maior taxa de desemprego, quase o dobro da dos homens migrantes.  

“Mulheres imigrantes têm as mesmas dificuldades que muitas brasileiras, como serem as únicas provedoras da família, cuidarem sozinhas dos filhos. Quando chegam em outro país ainda enfrentam xenofobia e preconceito. Eventos como esse servem para que os gestores das empresas reflitam sobre a situação e efetivamente empreguem esta população”, explicou a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania Soninha Francine.  

A atividade foi realizada no marco do projeto “Oportunidades – Integração no Brasil”, implementado pela OIM com o apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).