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Esforços de adaptação e mitigação devem ser aprimorados para lidar com o deslocamento por questões climáticas

Após cinco estações chuvosas consecutivas fracassarem, milhões de pessoas são forçadas a deixar suas casas. Foto: OIM/ Rahel Negussie 2022 

Genebra / Adis Abeba – O Diretor-Geral da OIM, Agência da ONU para as Migrações, António Vitorino, pediu por iniciativas aprimoradas de adaptação e mitigação para lidar com o deslocamento por questões climáticas, ressaltando a importância de uma parceria mais forte entre os estados.   

Ao participar de um evento de alto nível à margem da 36ª Cúpula da União Africana, em andamento em Adis Abeba, Etiópia, o DG Vitorino apontou que a Conferência de Mudança Climática de Sharm El Sheik do ano passado enfatizou a importância da solidariedade global para melhorar a adaptação, mitigação e preparação, alerta precoce, bem como para construir a resiliência das comunidades. 

“O secretário-geral da ONU, António Guterres, em Sharm el-Sheik, fez um apelo para dobrar o financiamento alocado para adaptação e mitigação.” disse o DG Vitorino. “Isso corresponde à experiência de campo da OIM, que demonstra que as pessoas não querem se deslocar, mas são forçadas a se deslocar. Se pudessem escolher, prefeririam ficar nos lugares onde viveram seus ancestrais e onde suas culturas históricas estão arraigadas.” 

A maioria dos países africanos continua a sofrer as consequências dos efeitos adversos das mudanças climáticas. O Leste e o Chifre da África, em particular, estão passando por eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e intensos. 

A Declaração Ministerial de Kampala sobre Migração, Meio Ambiente e Mudança do Clima, assinada por 15 Estados Membros africanos na região em julho de 2022, é um dos marcos mais significativos que demonstram uma abordagem que abarca todos os níveis do governo, mas também a visão proativa e informada dos governos nessa região. 

O DG Vitorino enfatizou a necessidade de adaptação específica ao contexto e de soluções para a construção de resiliência, especialmente no Leste e no Chifre da África, onde milhões permanecem dependentes de recursos naturais para sua subsistência, acrescentando que as diretrizes para obter financiamento para apoiar a adaptação devem ser mais flexíveis. 

Cinco estações chuvosas consecutivas fracassadas levaram a uma seca histórica que deslocou mais de meio milhão de pessoas na Etiópia, enquanto 4,5 milhões de pessoas no Quênia e quase 8 milhões de pessoas na Somália – metade da população do país – necessitam de assistência humanitária. O evento de alto nível foi organizado pelos Governos do Quénia, Moçambique e Portugal em colaboração com a Comissão da União Africana e a OIM.   

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Para mais informações, entre em contato com:   
 
Eric Mazango da OIM Etiópia, emazango@iom.int

Krizia Kaye Viray da OIM Etiópia, kkviray@iom.int