Manaus – Em apoio à integração socioeconômica da população venezuelana em Manaus, a OIM, Agência da ONU para as Migrações, promoveu um curso de português básico para 40 pessoas refugiadas e migrantes recém-chegadas ao Brasil. Os participantes foram capacitados em abril pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). 

Os alunos foram selecionados por meio de uma parceria da OIM com a Associação de Venezuelanos do Estado do Amazonas (Asoveam), fundada em 2021 com intuito de ofertar serviços de apoio para refugiados e migrantes por meio de capacitações para o campo laboral. No curso foram ensinados o alfabeto, números, apresentações formais, pronomes interrogativos, expressões de rotina, hábitos de higiene e outros. Ao todo, a metodologia foi aplicada num cronograma de 40 horas. 

Para Carlos, que chegou no país há apenas três semanas após deixar a Venezuela, o curso de português vai possibilitar a chance de seguir a carreira de mecânico industrial em um novo país.  “Creio que possa me dar muitas oportunidades, até mesmo em outros estados brasileiros. Quero estudar mais o português e aperfeiçoar a língua para ter uma melhor comunicação com os brasileiros. Isso vai abrir muitas portas”, celebrou.  

De acordo com a assistente da OIM Fabiola Jurema, o entendimento do português aproxima ainda mais as pessoas que chegam sem falar o idioma e a comunidade de acolhida, permitindo novas trocas entre as culturas. 

“A compreensão da língua local é primordial para facilitar a comunicação e sua empregabilidade. Ao término do curso percebemos a satisfação e expectativas de cada aluno em um futuro melhor.  Alguns disseram que estão prontos para participar de entrevistas de emprego ou mesmo empreender”, relatou. 

No último dia de aula, os alunos celebraram a conclusão do curso com um trabalho final que apresentava comidas típicas da venezuelana, músicas e objetos culturais. 

DOAÇÃO – A OIM também doou 17 notebooks e duas centrais de ar para a Asoveam, permitindo a ampliação da confecção de currículos, treinamentos e outras atividades desenvolvidas.  

“Sabemos que muitas pessoas que estão chegando no Brasil são profissionais capacitados que podem contribuir com o país. Tentamos fazer essa interligação da nossa cultura venezuelana com a cultura brasileira e esse conhecimento fortalece laços para seguirmos nossas vidas aqui. Tanto o curso quanto as doações são de muito proveito para todos, tanto brasileiros e venezuelanos”, disse a presidente da associação, Solange Blanco. 

As atividades da OIM contam com o apoio do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.