Kiev - Fiquei profundamente abalado pelo inimaginável sofrimento humano e destruição que testemunhei durante os últimos quatro dias em que passei na Ucrânia. 

Para as pessoas aqui, a guerra que começou há seis meses é uma dolorosa realidade diária. Mais de 5.700 civis morreram e outros 8.200 ficaram feridos; o número real é provavelmente muito maior. Milhões de famílias foram desenraizadas, infraestruturas foram destruídas, casas viraram escombros e serviços essenciais foram interrompidos. 

Mais de 6,9 milhões de pessoas estão deslocadas internamente e mais de 7 milhões fugiram da Ucrânia. 

Tive a honra de conhecer Sua Excelência o Presidente Volodymyr Zelenskyy e o Ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba. Discutimos o custo humano da guerra e o que a OIM, Agência da ONU para as Migrações, pode fazer para aliviar o sofrimento humano. 

Concordamos que a comunidade internacional, as Nações Unidas (ONU) e a diáspora ucraniana podem e devem fazer mais para ajudar o país a se recuperar e se estabilizar. Cumprimento seu compromisso de trabalhar junto à OIM, ao sistema mais amplo da ONU e aos nossos parceiros locais para garantir a continuidade da prestação de assistência e a futura recuperação do país. 

Embora o apoio internacional esteja focado em atender às necessidades humanitárias, também devemos apoiar meios de subsistência sustentáveis ​​e trabalhar com as autoridades e comunidades ucranianas para reconstruir e promover a estabilização da comunidade. Isso pode ser alcançado por meio do apoio a pequenas e médias empresas, reabilitação de escolas e reparação de instituições que prestam serviços de apoio vitais. 

A OIM já ajudou cerca de 800 mil ucranianos com itens de emergência, apoio financeiro, serviços de saúde, entre outros. Também estamos apoiando microempresas, pequenas empresas e startups com bolsas em dinheiro, treinamento e serviços de consultoria. Algumas dessas empresas tiveram que se mudar devido à guerra, outras empregam pessoas deslocadas, fornecendo oportunidades essenciais para aqueles que precisam desesperadamente de renda. Esses programas são críticos, pois quase metade dos deslocados internos na Ucrânia não está ganhando renda atualmente, de acordo com pesquisas da OIM. 

A saúde mental e o apoio psicossocial às pessoas deslocadas e às comunidades afetadas pela guerra estiveram na vanguarda das minhas conversas com a Vice-Primeira-Ministra, Iryna Vereshchuk, e o Ministro da Saúde, Viktor Liashko. Este é um componente crítico da resposta da OIM na Ucrânia, à medida que continuamos melhorando a capacidade nacional, bem como prestando assistência direta para resolver esses problemas. 

Fico tocado pela força e resiliência do povo ucraniano diante de desafios tão grandes. Seu amor pelo país e seu compromisso para com a reconstrução é bastante inspirador. Com a aproximação do inverno, muitas dezenas de milhares e, talvez, milhões de deslocados internos, precisarão de ajuda para passar pelos meses mais frios. Estamos com eles. Já estamos aumentando nosso suporte para o período de inverno para ajudar as pessoas a se prepararem para o que está por vir. 

Igualmente tocante e impressionante é o trabalho de nossa equipe da OIM, muitos dos quais também foram deslocados pela guerra ou sofreram grandes tragédias pessoais. Eles estão demonstrando o melhor da humanidade, trazendo consolo aos vulneráveis ​​e nos mostrando tudo o que pode ser, deve ser e será feito para um amanhã mais brilhante. 

Em todos os lugares em que estive na Ucrânia e nos países vizinhos nos últimos meses, os ucranianos expressaram seu profundo desejo de voltar para casa. A OIM continuará a trabalhar junto ao Governo da Ucrânia e a outros parceiros para ajudar a criar condições favoráveis ​​ao regresso dessas pessoas em segurança. 

Mais importante ainda, todas as intervenções, assistências e apoios devem abranger e capacitar as comunidades locais e envolver a diáspora, que são indispensáveis ​​para a recuperação da Ucrânia. Estamos empenhados em ajudar os ucranianos necessitados graças ao apoio constante e generoso que recebemos dos doadores até agora e que espero que este continue pelo tempo que for necessário. 

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Para saber mais, entre em contato: 

Em Genebra: 
Safa Msehli, smsehli@iom.int, +41 794 035 526 
 
Em Viena:   
Joe Lowry, jlowry@iom.int, +43 660 3776404 

Na Ucrânia: 
Varvara Zhluktenko, vzhluktenko@iom.int, +38 067 447 97 92 
Jorge Galindo, jgalindo@iom.int, +38 093 631 92 60