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Declaração do diretor-geral da OIM, António Vitorino, sobre a proibição da atuação de mulheres afegãs nas Nações Unidas

Genebra/Cabul - A Agência da ONU para as Migrações condena veementemente a proibição contra as mulheres afegãs que trabalham para as Nações Unidas no Afeganistão pelas autoridades de facto do país.

No último ano, as mulheres e meninas do Afeganistão foram submetidas a ordens cada vez mais restritivas, limitando sua participação em todos os aspectos da vida social, econômica e política.

Em 24 de dezembro de 2022, por exemplo, as autoridades de facto proibiram as mulheres afegãs de trabalharem para organizações não governamentais nacionais e internacionais. Decretos anteriores negaram às mulheres e meninas o acesso ao ensino superior. Esta última proibição constitui uma violação sem paralelo dos direitos das mulheres, uma violação flagrante dos princípios humanitários e das regras internacionais sobre os privilégios e imunidades das Nações Unidas.

Enquanto o país está sofrendo uma grave crise econômica e humanitária, esta diretiva impedirá significativamente a prestação de assistência crítica aos mais necessitados.

O envolvimento das mulheres na prestação de auxílio não é apenas uma resposta baseada em princípios, mas um imperativo para a eficácia operacional, pois elas desempenham um papel essencial na prestação de assistência humanitária da OIM, especialmente para mulheres e meninas. Devemos garantir que elas tenham o acesso e o apoio necessários para continuar seu trabalho extraordinário em segurança em todo o país.

Todas as funcionárias da OIM e da ONU continuarão a receber os seus salários, e as mulheres não serão substituídas por homens.

Nenhuma paz duradoura, recuperação ou estabilidade é possível sem o envolvimento ativo e a participação das mulheres na vida social, econômica e política de seu país. A OIM continuará a ajudar o povo afegão - dois terços dos quais precisam de assistência humanitária indispensável, incluindo 6,5 milhões de pessoas deslocadas internamente e 5,7 milhões de migrantes que regressam.

A OIM esteve constantemente presente no Afeganistão desde 1992 durante conflitos e crises humanitárias e continua comprometida em permanecer e apoiar o povo afegão.

Hoje, amanhã e todos os dias seguintes, a OIM está com as mulheres do Afeganistão.

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Para mais informações, entre em contato com Paul Dillon, porta-voz da OIM Genebra, +41 79 636 9874, pdillon@iom.int