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Declaração: Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas

30 de julho

Este ano comemoramos o vigésimo aniversário da adoção da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional e seu histórico Protocolo para Prevenir, Suprimir e Punir o Tráfico de Pessoas, em especial Mulheres e Crianças.

Ao mesmo tempo, nos encontramos no meio de um ano muito difícil, já que os desafios da atual pandemia têm sérias repercussões para os migrantes e aumentam a vulnerabilidade de um conjunto mais amplo de populações ao tráfico e exploração.

A OIM implementa ações contra o tráfico em observância aos princípios dos direitos humanos muito antes do Protocolo de Palermo nos proporcionar os parâmetros claros e definidos que conhecemos hoje. Além disso, nossas intervenções evoluíram ao longo do tempo à medida que novas formas de tráfico surgiram.

Aprendemos, assim como os governos, que é imperativo colaborar com o setor privado, organizações sindicais, auditores da cadeia de suprimentos e agências de recrutamento para estabelecer práticas que reduzam os riscos de tráfico e exploração.

À medida que embarcamos em uma nova década, o mundo enfrenta talvez seu maior desafio na luta contra o tráfico - o de uma pandemia, que também gerou severas restrições à mobilidade, impacto aos meios de subsistência e acesso limitado a pessoas vulneráveis.

A COVID-19 trouxe consigo um impacto devastador na segurança dos lares e na saúde de bilhões de pessoas em todo o mundo, o que inevitavelmente aumenta a vulnerabilidade e o risco de exploração, em particular, de candidatos a empregos que aceitam viagens perigosas, das famílias que dependem do trabalho infantil para sobreviver ou do casamento de suas filhas menores de idade, numa tentativa desesperada de aliviar a pressão econômica.

Agora, como sempre, a comunidade contra o tráfico deve evoluir e se adaptar a essa nova crise, encontrando maneiras inovadoras de identificar tendências, detectar vulnerabilidades, apoiar os Estados enquanto promove os direitos humanos e a prevenção da violência, e buscar opções seguras e viáveis ​​para aqueles que permanecem em movimento.

Sigamos juntos nesta direção, pois juntos somos mais fortes!

 

António Vitorino

Diretor-Geral da Organização Internacional para as Migrações