Notícias
Global

Cúpula Africana do Clima: rumo a uma maior resposta aos impactos da mudança do clima na mobilidade humana 

Deslocados pelas enchentes, uma mãe somali e seus filhos procuram abrigo entre outras famílias que já encontraram refúgio em áreas mais altas. Foto: OIM/ Ismail Abdihakim Ismail 

Genebra/Nairóbi - A Agência da ONU para as Migrações (OIM) pede por ações concretas para abordar a mudança do clima e os desafios da mobilidade humana em preparação para a Cúpula Africana do Clima, que começa nesta segunda-feira, (4/9) e segue até a quarta-feira (6/9), em Nairóbi. 

A Cúpula Africana do Clima é a maior reunião de Chefes de Estado, Ministros, agências da ONU, parceiros humanitários e de desenvolvimento, setor privado e da juventude na história do continente. O evento representa uma oportunidade sem precedentes para abordar os impactos crescentes da mudança do clima na mobilidade humana na África.   

Os países africanos estão entre os mais vulneráveis aos impactos da mudança do clima, enfrentando os terríveis impactos da crise climática, incluindo secas, inundações, temperaturas climáticas extremas e aumento do nível do mar. Em 2022, mais de 7,5 milhões de deslocamentos internos ocasionados por desastres foram registrados no continente africano (IDMC, Relatório Global sobre Deslocamento Interno, 2023).   

"Entramos oficialmente na era da migração climática", disse a diretora-geral eleita da OIM, Amy Pope. 

"Soluções para abordar o nexo da mudança do clima e da mobilidade humana em escala continental são urgentes."   

Sem uma ação climática eficiente e sustentável, cerca de 105 milhões de pessoas podem se tornar migrantes internos até 2023 (Banco Mundial, Relatório Groundswell, 2021) somente na África. A OIM está empenhada em elaborar opções sustentáveis para as pessoas que querem ficar, para as pessoas em movimento e para as pessoas que querem ou necessitam se mudar em razão dos efeitos da mudança do clima no continente africano.   

Na Cúpula Africana do Clima, a OIM oficializará a assinatura da “Declaração Ministerial de Kampala sobre Migração, Meio Ambiente e Mudança do Clima”, conhecida como KDMECC-ÁFRICA. A Declaração constitui o primeiro marco regulatório liderado pelo governo, abrangente e focado em ação, que aborda de forma prática e eficaz as questões de mobilidade relacionadas ao clima, assim como as necessidades, lacunas e oportunidades no âmbito da mobilidade humana causadas pela mudança do clima na África.     

"O KDMECC-ÁFRICA é um marco crucial e inovador para abordar a mobilidade impactada por questões climáticas e identificar e apoiar as oportunidades possibilitadas pela Declaração no âmbito do desenvolvimento sustentável. Espero que a Declaração receba o apoio de todos os Ministros dos Estados-membros Africanos que participaram da conferência de expansão do KDMECC-ÁFRICA na semana passada", afirma a diretora-geral eleita da OIM. 

"Estou ansiosa para me reunir com nossos parceiros de desenvolvimento, agências irmãs da ONU e outros parceiros no evento de chamada à ação da OIM, que será realizado com o objetivo de compartilhar planos, promessas e compromissos que auxiliem os governos em sua abordagem à mobilidade causada por questões climáticas na África."    

Ela também organizará dois eventos paralelos de alto nível sobre financiamento climático e cooperação multinível para abordar a mobilidade humana na África.   

A Cúpula é um marco crucial que precede a Conferência das Partes (COP28) que acontecerá em dezembro de 2023, nos Emirados Árabes Unidos, para unir o continente africano rumo a um acordo sobre os impactos da mudança do clima na mobilidade humana. 

***

Para mais informações, por favor entre em contato com: