São Paulo – Com o objetivo de fortalecer a rede de atendimento e proteção a migrantes no Brasil, a Agência da ONU para as Migrações (OIM) e a Polícia Federal (PF) realizaram, em junho, oficinas de Comunicação Intercultural. Cerca de 100 colaboradores terceirizados de atendimento da Polícia Federal participaram das turmas, além de representantes e voluntários da Coordenação-Geral do Comitê Nacional para os Refugiados (CG-Conare) em São Paulo.  

Direcionada a organizações que realizam atendimento a pessoas migrantes, a oficina de Comunicação Intercultural forneceu ferramentas para que os colaboradores da Polícia Federal estejam preparados para acolher esse público de forma qualificada em seus atendimentos diários nas etapas de fornecimento de documento de identificação para migrantes. 

A comunicação intercultural é baseada em três princípios: o interesse na outra pessoa, a reflexão sobre a ‘nossa’ cultura e o aprendizado constante. Com a capacitação, os servidores são então motivados a aprender e a escutar a pessoa que será atendida. Com isso, é possível derrubar estereótipos, respeitando-se as diferenças, evitar a reprodução de desigualdades, ao se oferecer um tratamento digno e igualitário, e identificar e responder às necessidades de cada pessoa e caso.  

“A atividade teve como objetivo aprimorar e conceitualizar as habilidades de comunicação intercultural, além de trazer reflexões sobre o papel da cultura e o respeito à diversidade para Colaboradores terceirizados que trabalham diretamente com o público migrante. Foi muito importante ter um espaço para troca de experiências e estratégias de equipes diferentes, mas que lidam diariamente com situações semelhantes”, pontuou a assistente de projetos da OIM Isabella Dourado.  

A oficina proporcionou ainda a troca de conhecimento sobre a população atendida. "Foi muito importante abrir a oportunidade para uma reflexão estruturada sobre os diferentes aspectos do atendimento ao público migrante", informa a chefe da DELEMIG/DREX/SR/PF/SP, a Delegada de Polícia Federal Juliana Ferrer Teixeira. 

Em complemento ao treinamento, a OIM também possui um Guia de Comunicação Intercultural e caderno de atividades, com informações acessíveis e de fácil consulta, que foram distribuídos durante a capacitação e que também podem ser acessados por todas as pessoas interessadas.  

A oficina foi realizada no âmbito da CRISP – Iniciativa de Reassentamento Sustentável e Vias Complementares, que conta com financiamento dos governos de Portugal e dos Estados Unidos da América. 

A CRISP visa apoiar os Estados e os principais atores a estabelecer, expandir ou renovar programas de reassentamento e ampliar vias complementares por meio de atividades específicas de capacitação, dirigidas de forma estratégica e coordenada, em parceria com os atores relevantes em nível local, nacional, regional e global.