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Quem somos
Quem somosA Organização Internacional para as Migrações (OIM) faz parte do Sistema das Nações Unidas como a principal organização intergovernamental que promove a migração humana e ordenada para o benefício de todos. A OIM está presente no Brasil desde 2016.
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OIM Global
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Nosso trabalho
Nosso trabalhoComo a principal organização intergovernamental que promove migração humana e ordenana, a OIM desempenha um papel fundamental no processo de atingir a Agenda 2030 por meio de diferentes áreas de intervenção. No Brasil, a OIM oferece apoio a migrantes, retornados, deslocados internos e às comunidades de acolhida, trabalhando em cooperação com governos e a academia.
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Localizada no coração da Amazônia, nos estados do Amazonas e Roraima, no Brasil, a Terra Indígena Yanomami cobre 9,6 milhões de hectares de floresta tropical.
Com mais de 26 mil habitantes em 250 comunidades e grupos isolados, a Terra Indígena Yanomami é considerada a maior reserva indígena do Brasil.
Devido à sua localização remota, as comunidades enfrentam desafios para acessar serviços de saúde, pois os profissionais da saúde precisam se deslocar por longas distâncias cada vez que precisam fornecer assistência médica a eles.
Conforme explica o médico da OIM Luiz Otávio, a capacitação dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) na prevenção de doenças é fundamental, pois, nos últimos anos, as doenças frequentes no território levaram a um alto índice de morbimortalidade entre as comunidades indígenas.
"Ter alguém da própria comunidade capacitado para examinar lâminas de malária e fazer o diagnóstico é o que pode ajudar os Yanomami a cuidarem de si mesmos."
Desde 2021, a OIM, Agência da ONU para as Migrações, trabalha no Brasil em estreita colaboração com o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI) do Ministério da Saúde, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) e as comunidades indígenas para treiná-los sobre ferramentas de prevenção da malária e da COVID-19 e desenvolver sua capacidade de responder a crises de saúde.
De acordo com Pedro Galdino, chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena Yanomami (DIASI), o papel dos AIS é fundamental para proporcionar acesso aos serviços de saúde adequados aos povos indígenas.
"A colaboração entre esses atores e a OIM é um passo importante para o estabelecimento dos cuidados primários no intrincado Território Indígena Yanomami."
No ano passado, em colaboração com o DSEI e o Laboratório Central de Saúde Pública do Brasil (LACEN), a OIM organizou uma formação sobre diagnóstico de malária para 28 membros da comunidade. Ao final do segundo treinamento de 15 dias realizado pela OIM em março deste ano, oito AIS de Xihopi, parte da comunidade Yanomami, foram certificados como microscopistas pelo LACEN.
A formação abordou tópicos como leitura de lâminas e diagnóstico de malária, além de como usar um microscópio. A OIM forneceu cartilhas sobre a malária produzidas pelo Ministério da Saúde para uso no exame de avaliação do LACEN e, como tal, garantiu a certificação no local para os membros da comunidade de Xihupi.
Segundo a psicóloga da OIM, Nicole Cruz, a partir do momento em que há um microscopista formado na comunidade, o combate à malária torna-se mais eficaz, pois o acesso ao diagnóstico é facilitado. Além dos módulos de formação técnica, a OIM organizou aulas de português e matemática para que os alunos pudessem fortalecer suas habilidades gerais como futuros microscopistas.
Com a pandemia de COVID-19 ainda em alta no mundo, os Yanomami também não foram poupados. As atividades de prevenção à COVID-19 da OIM se estenderam então às comunidades brasileiras ribeirinhas e indígenas de Roraima, Amazonas e Pará – áreas mais vulneráveis ao vírus.
Para evitar a disseminação da COVID-19 em suas comunidades, uma das medidas adotadas pelos Yanomami foi reforçar o isolamento dos infectados.
"Segundo membros da comunidade, para evitar que a doença afetasse os mais vulneráveis, como os idosos, os doentes ficaram nas partes mais isoladas da floresta", explica Cruz.
Módulos complementares de formação sobre prevenção da COVID-19 foram organizados para a comunidade com o objetivo de fornecer informações atualizadas sobre a atual pandemia de COVID-19, medidas de prevenção e opções de vacinação para a população – considerada um grupo de alto risco para COVID-19 devido ao seu afastamento e acesso desafiador aos serviços de saúde.
Com as mulheres da comunidade de Xihupi, a OIM também organizou sessões de saúde mental e apoio psicossocial para discutir o impacto da COVID-19 nos habitantes e como isso afetou sua dinâmica sócio relacional. Atividades adicionais foram realizadas para conscientizar as crianças sobre as medidas de prevenção de higiene.
Como parte de seu programa de saúde com as comunidades Yanomami, a OIM organizará novos módulos de formação para microscopistas adicionais, bem como formações de atualização para aqueles já formados.
A equipe continuará divulgando informações sobre prevenção da COVID-19 e distribuindo kits de higiene e mosquiteiros para fortalecer o combate da comunidade contra a COVID-19 e a malária, respectivamente.
Esses treinamentos fazem parte de uma estratégia mais ampla desenvolvida pelo Ministério da Saúde do Brasil, que busca apropriar-se de conhecimentos e recursos técnicos pertencentes à medicina ocidental, com total respeito à herança Yanomami, às terapias indígenas e outras práticas culturais.
"Passei 15 anos lutando por eles", explica Dário Kopenawa, líder indígena Yanomami.
"Meu sonho é que nossos jovens alunos concluam o curso, estejam totalmente capacitados e recebam o diploma. Nossa luta tem sido para que os Yanomami sejam reconhecidos pela inteligência técnica que possuem."