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Quem somosA Organização Internacional para as Migrações (OIM) faz parte do Sistema das Nações Unidas como a principal organização intergovernamental que promove a migração humana e ordenada para o benefício de todos. A OIM está presente no Brasil desde 2016.
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Nosso trabalhoComo a principal organização intergovernamental que promove migração humana e ordenana, a OIM desempenha um papel fundamental no processo de atingir a Agenda 2030 por meio de diferentes áreas de intervenção. No Brasil, a OIM oferece apoio a migrantes, retornados, deslocados internos e às comunidades de acolhida, trabalhando em cooperação com governos e a academia.
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Tubarão, Santa Catarina, Brasil – Na cidade de Tubarão, localizada no estado de Santa Catarina, no sul do Brasil, a família Alvarez está escrevendo um novo capítulo em suas vidas após abandonar as dificuldades da Venezuela.
Miguel, um antigo radiojornalista de 53 anos da Ciudad Bolívar, no sudeste da Venezuela, encontrou conforto em uma comunidade unida, onde a resiliência, o trabalho árduo e a hospitalidade dos brasileiros fazem parte da nova realidade de sua família, ao lado de sua esposa Nathaly, 43 anos, e seus filhos Angeles, de 16 anos, e Isaias, de 10 anos. “Embora tenha sido difícil deixar nossa cultura, amigos e tudo o que conhecíamos para começar uma nova vida, fomos acolhidos de braços abertos por esse gigante que é o Brasil”, disse ele.
Depois de deixarem a Venezuela em 2023, a família Alvarez passou três meses em Boa Vista, no norte do Brasil, antes de regularizar seu status migratório. Por meio da modalidade Vaga de Emprego da Estratégia de Interiorização da Operação Acolhida, resposta humanitária do governo brasileiro, eles foram selecionados para trabalhar em um hotel em Santa Catarina, a 5 mil quilômetros de distância da capital roraimense. Em fevereiro, eles se mudaram então para o município de Tubarão, para iniciar este novo capítulo de suas vidas.
Nathaly recorda com clareza o momento em que chegou ao Brasil, passou pela regularização migratória e recebeu alojamento, alimentação e acesso a higiene no Posto de Recepção e Apoio da Operação Acolhida, gerido com o suporte da OIM, Agência da ONU para as Migrações, na cidade fronteiriça de Pacaraima (RR). “Estávamos com pouquíssimos recursos e, ao chegarmos, meu marido trabalhou descarregando caminhões, não tínhamos dinheiro para alugar um lugar para ficar”, recorda Nathaly. “Ficamos muito felizes quando soubemos que seríamos interiorizados.”
Pela Operação Acolhida, a resposta humanitária do governo federal ao fluxo de venezuelanos, os beneficiários passam inicialmente pelo processo de gestão de fronteiras, que inclui serviços de recepção, identificação, documentação, cuidados médicos básicos e imunizações. Em seguida, são providenciadas acomodações, onde pessoas migrantes e refugiadas têm acesso à alimentação e recebem informações sobre como acessar serviços básicos, como saúde, assistência social e proteção. Por fim, é oferecida às pessoas venezuelanas a oportunidade de interiorização voluntária para outras regiões do Brasil, onde podem encontrar mais oportunidades de integração econômica. A Estratégia de Interiorização já beneficiou mais de 130 mil pessoas até março de 2024.
A família rapidamente se integrou à comunidade de Tubarão, com Miguel e Nathaly trabalhando em um hotel turístico como recepcionistas e na lavanderia, enquanto seus filhos frequentam a escola. Para eles, o emprego oferece um ponto de partida formal na sociedade, o que lhes permite reconstruir suas vidas.
“De agora em diante, minha única expectativa é conseguir manter essa qualidade de vida”, acrescenta Miguel, enfatizando sua determinação em trabalhar duro pelo bem-estar de sua família.
O Brasil se tornou o terceiro destino mais procurado para as mais de 7,7 milhões de pessoas venezuelanas que deixaram seu país de origem.
Uma presença crescente
Santa Catarina tem se transformado em um novo lar para as pessoas venezuelanas em busca de um recomeço. Para facilitar sua integração, o governo local implementou iniciativas como apoio ao emprego, programas habitacionais e aulas de idiomas.
O diretor do hotel onde Miguel e Nathaly trabalham, Carlos Langue, atesta o impacto positivo da inciativa ao destacar as contribuições das pessoas migrantes para a comunidade. “Atualmente, temos quatro pessoas migrantes trabalhando no hotel e outras mais estão previstas para chegar nos próximos meses. Sua integração geralmente é boa, são bons trabalhadores, indivíduos geralmente qualificados e zelam pelos clientes”, disse ele.
Miguel, em seu modesto apartamento de um quarto, reflete sobre a notável mudança em sua vida, passando de radiojornalista na Venezuela para sua atual posição em Tubarão. Ele está satisfeito com o quão facilmente sua família se adaptou à nova cidade. Seu otimismo para o futuro é compartilhado por Nathaly, que sonha em abrir uma padaria e conquistar a independência financeira. “Este é um novo começo. Agora podemos olhar para frente e imaginar um futuro para nós mesmos, podemos trabalhar e reconstruir nossas vidas.”
A Associação Scalabrini é parceira da OIM em Santa Catarina, com a Casa do Migrante Scalabrini, espaço que recebe beneficiários da estratégia de interiorização da Operação Acolhida e dá suporte à integração das pessoas venezuelanas no estado.
Esta história foi escrita por Gema Cortés, da Unidade de Comunicação e Mídia da OIM, no Escritório do Enviado Especial para a Resposta Regional à Situação Venezuelana.