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Observatório Interativo da População Indígena do Fluxo Venezuelano para o Brasil é lançado em Brasília

Ferramenta realizada em conjunto pela OIM, Ministério da Cidadania, Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e Funai traz informações específicas sobre a realidade dos refugiados e migrantes indígenas venezuelanos

Brasília - Foi lançada, na última segunda-feira (13), a primeira etapa do Observatório Interativo da População Indígena do Fluxo Venezuelano para o Brasil, uma ferramenta de informação para gestores públicos, trabalhadores sociais e acadêmicos. A iniciativa é da OIM Brasil, Agência da ONU para Migrações, do Ministério da Cidadania (MC), do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) e da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

O lançamento contou com mesa técnica composta por representantes da OIM, do MC, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e também da Universidade de Brasília (UnB). Participaram do evento, ainda, representantes do governo federal, da Plataforma Regional de Coordenação Interagencial de Resposta a Refugiados e Migrantes da Venezuela, R4V, membros de organizações da sociedade civil e indígenas venezuelanos da etnia Warao.

O observatório garante que os dados obtidos pela pesquisa DTM Nacional sobre a População Indígena Refugiada e Migrante Venezuelana, lançada em novembro de 2021, possam ser acessados por município e etnia. Essa interatividade permite pesquisas mais específicas sobre cada realidade constituindo uma importante ferramenta de informação para gestores públicos, trabalhadores sociais e acadêmicos.

O Chefe de Missão da OIM no Brasil, Stéphane Rostiaux, destacou a importância da ferramenta afirmando que o observatório “tem um papel muito importante na construção de soluções duradouras e culturalmente sensíveis voltadas aos diversos povos indígenas que hoje migram da Venezuela para o Brasil”. Além disso, ele assinalou que esse é um “primeiro esforço, que se pretende contínuo, de atualização destes dados”.

Para a secretária de Proteção Global do MMFDH, Mariana Neris, essa é “uma excelente oportunidade de termos um observatório que é vivo e traz o retrato de uma realidade, que pode ser alimentado localmente e ampliado a partir de uma diversidade de olhares, o que torna esse instrumento essencial para as políticas públicas. Com a ferramenta, temos a oportunidade de construir uma atuação planejada e estruturada, com critérios objetivos e baseados em evidências”.

Já a representante do MC, Niusarete de Lima, ressaltou que o observatório “não só vai facilitar as pesquisas acadêmicas e da sociedade civil, mas permitirá também a toda sociedade brasileira conhecer um pouco mais sobre a cultura, desejos e anseios dessa população no nosso país, bem como facilitará o nosso trabalho enquanto técnicos e gestores da política pública voltadas para esses imigrantes”.

O representante da coordenação da R4V Pedro Brandão parabenizou a OIM e os parceiros do governo federal pela iniciativa em produzir e disponibilizar esses dados, destacando a importância “para entender melhor os fenômenos que afetam essas pessoas e para que possamos desenvolver ações junto ao governo federal, para atender de maneira mais eficiente e direcionada às necessidades desses refugiados e migrantes de origem indígena no Brasil".

Uma nova rodada do DTM Indígena está prevista para o segundo semestre de 2022, permitindo a atualização e complementação dos dados disponíveis no Observatório.

A iniciativa faz parte da estratégia da OIM para apoiar o Brasil na acolhida e integração dos refugiados e migrantes que chegam da Venezuela e conta com o apoio financeiro do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.