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Com Espaço Oportunidades Warao, OIM oferece suporte a indígenas venezuelanos no Distrito Federal

Foto: Cáritas/Osnilda LIMA

Foto: Cáritas/Osnilda LIMA

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Brasília – Disponibilizar um espaço de apoio, ensino e desenvolvimento culturalmente sensível e responsável: essa é a proposta da nova iniciativa da OIM, a Agência da ONU para as Migrações no Distrito Federal. O “Janoko (Espaço) Oportunidades Warao” é um projeto em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES/GDF) e a Cáritas Arquidiocesana de Brasília (CAB) que busca atender cerca de 92 indígenas refugiadas e migrantes do fluxo venezuelano residentes da região. 

Desde janeiro, a atuação está focada no Abrigo Raio de Luz, localizado em São Sebastião – Região Administrativa do Distrito Federal (DF). Desde 2021, a CAB realiza o atendimento socioassistencial de famílias Warao na região. Através da parceria e da participação ativa dos indígenas, o projeto “Janoko (Espaço) Oportunidades Warao” visa promover a autonomia da comunidade por meio de metodologia culturalmente sensível no ensino da língua portuguesa, apoio ao artesanato feminino e do empreendedorismo. O projeto ainda focará na promoção da geração de renda, trabalho e inclusão escolar. As instituições também forneceram materiais para a confecção de artesanatos, além do acompanhamento do serviço do CREAS, administrado pela SEDES, por meio do qual essa população tem acesso aos benefícios socioassistenciais. 

Entre as primeiras ações, foram desenvolvidas melhorias na estrutura de abrigamento, e doações de itens de higiene e limpeza para a comunidade indígena. Além disso, atividades comunitárias são realizadas quinzenalmente pela OIM, buscando englobar todas as faixas etárias. Em uma das ações, por exemplo, foram abordados temas sobre saúde, promoção de hábitos saudáveis de higiene pessoal, limpeza comunitária e cuidado ambiental. A partir dessa atividade, foi criado um comitê de limpeza entre os indígenas, para a manutenção efetiva do espaço de convivência no abrigo.  

"É muito enriquecedor desenvolver essas atividades, porque todos aprendemos uns com os outros, com a história e experiência dos Warao. Todas evidenciadas a partir de mudanças que nossa forma de organização político-cultural sofreu no momento do contato com os não indígenas. Foram feitas várias reflexões, muitos dos participantes estavam pensando no passado, no presente e como será o futuro dos Warao, já que agora estamos no Brasil", relatou a indígena Warao e assistente de projeto da OIM Leany Torres Moraleda.    

“A participação da OIM, levanta os ânimos e incentiva a comunidade a seguir trabalhando, pois mostra que é um trabalho grande para que eles possam estar aqui e serem inseridos no Brasil”, completou Cristian Eduardo Achique Herrera, assistente de projeto da Cáritas.  

O projeto atua com um recorte sob a visão do etnodesenvolvimento, concebido como ferramenta para garantia da autonomia de povos indígenas. O etnodesenvolvimento se refere à promoção de soluções de geração de renda, sustentabilidade e bem-viver nas comunidades indígenas. Através de ações pensadas por meio de processos de consulta e construção de ações e políticas públicas que respeitem as formas de auto-organização socioeconômica e cultural das etnias envolvidas. 

A iniciativa é realizada no marco do projeto “Oportunidades – Integração no Brasil”, implementado pela OIM com o apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).